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Poster do filme "Oddity - Objetos Obscuros"
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Oddity – Objetos Obscuros

Avaliação:
7,5/10

7,5/10

Crítica | Ficha técnica

O terror irlandês Oddity – Objetos Obscuros é assustador enquanto se mantém fiel ao cinema tradicional, mas acaba se perdendo em modismos.

O próprio cenário principal reflete essa relação entre clássico e moderno. O casal Dani e Ted está reformando uma antiga construção em pedras no meio da floresta, dando ao seu interior um visual contemporâneo que inclui até grades feitas de cabo de aço. Ted trabalha no plantão noturno de uma instituição psiquiátrica, por isso, Dani costuma passar as noites na obra, dormindo em uma tenda. Certa noite, um paciente fugitivo bate à porta da casa de Dani à noite, alertando-a de um perigo. O filme corta para o título, e reinicia quando se passaram onze meses. Dani morreu naquela noite, e Ted agora mora na casa com sua nova namorada, Yana.

Quem aparece, sem ser convidada, para passar alguns dias na casa é Darcy, a irmã gêmea de Dani que é cega e tem poderes psíquicos. Através dela o espectador e Yana descobrem quem de fato é o assassino. Na tela, o diretor Damian Mc Carthy continua a empregar a elipse, como fez no fim do prólogo, desta vez para evitar a violência dos golpes que mataram Dani. Ao invés disso, a cena corta imediatamente para o sangue espirrado na tenda. O mesmo expediente se repete na parte final, quando um paciente homicida ataca o assassino na instituição.

Tom assustador

Damian Mc Carthy aposta no tom, que se torna assustador com sustos eficientes nos tempos certos, com planos inusitados, e uma trilha sonora e musical de arrepiar. E, entre os objetos obscuros, cruciais para as visões psíquicas de Darcy, se inclui um boneco de madeira do tamanho de uma pessoa. Não bastasse seu visual horripilante, ele ainda muda de posição inexplicavelmente – e Mc Carthy prova que sabe trabalhar o medo quando coloca o espectador na pele da Yana aterrorizada presa dentro de casa com Darcy e esse boneco. Faltou dizer, aliás, que essa irmã gêmea cega também se torna bastante assustadora.

Os melhores momentos de Oddity são justamente esses com o terror de Yana. Se o filme inteiro mantivesse esse nível, seria uma obra-prima. Porém, nem tudo funciona. Por exemplo, o boneco de madeira, que era assustador como objeto imóvel, não parece tão ameaçador quando corre atrás de uma vítima. O suspense do alçapão que vira armadilha poderia também ser melhor filmado. Abrindo um parêntese, o alçapão, bem como o olho de vidro e a câmera fotográfica tirando fotos em time lapse, são alguns dos detalhes que o filme lança contando com a atenção do espectador para os retomar em um momento posterior. É, certamente, uma qualidade de um diretor de talento (o que o futuro poderá confirmar ou não, pois este ainda é o segundo longa de Mc Carthy).

Modismo

Enfim, voltando aos problemas, o maior deles é a cena final. Depois de se mostrar um filme de terror sério durante toda a sua duração, justamente no último minuto Oddity tropeça e cai no modismo da canção fofa em contraste com o terror. Diante dessa tolice, é preciso se esforçar para lembrar que o filme conseguiu criar um medo poucas vezes obtido durante a maior parcela de sua exibição. A impressão que deixa é ruim, mas a experiência como um todo recompensa o fã do gênero que optar por essa produção da Shudder.

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Ficha técnica:

Oddity – Objetos Obscuros | Oddity | 2024 | 98 min | Irlanda | Direção: Damian Mc Carthy | Roteiro: Damian Mc Carthy | Elenco: Carolyn Bracken, Gwilym Lee, Caroline Menton, Johnny French, Steve Wall, Tadhg Murphy.

Distribuição: O2 Play.

Onde assistir:
Cena do filme "Oddity - Objetos Obscuros"
Cena do filme "Oddity - Objetos Obscuros"
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