Oito Homens de Ferro não é o típico filme de guerra repleto de ação, mas um drama comportamental.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um pelotão americano passa seu último dia alocado nas ruínas de uma cidade italiana. No caminho para o abrigo, três deles são atacados por um atirador inimigo bem protegido. O soldado Small, o menos hábil do grupo, fica para trás, sem conseguir sair de uma vala. Ao retornarem para o abrigo, os dois sobreviventes se juntam ao resto do pelotão e começa uma discussão se devem encarar a arriscada missão de retornar para resgatar Small. O sargento Joe Mooney (Lee Marvin) exige que todos esperem pela autorização do capitão, mas alguns, principalmente o soldado Coke (Richard Kiley), querem atacar o inimigo imediatamente.
Análise do filme
O conflito de ideias entre os soldados sobre a questão de se arriscarem para resgatar o companheiro é o centro da trama. Para isso, o roteiro investe na construção das identidades particulares de cada um dos personagens, o que dá sustentação para as atitudes diferentes deles. O filme, por isso, possui muitos diálogos, e pouca ação. Em alguns momentos, fica evidente sua origem teatral – o próprio roteirista é o autor da peça que foi aqui adaptada para o cinema. Os debates remetem ao clássico 12 Homens e uma Sentença (1957), de Sidney Lumet.
A parte final apresenta uma solução que pretende ser uma surpresa, mas é previsível, a partir do momento em que conhecemos os personagens. Desagrada um pouco também o clima leve demais para esse drama que deveria ser muito tenso, por estar ambientado em uma situação crítica dentro de uma guerra. As sequências de fantasia do soldado mulherengo Collucci (Bonar Colleano), principalmente, parecem deslocadas da trama, apesar de serem importantes na construção desse protagonista.
Oito Homens de Ferro tem mais chance de agradar quem gosta de ver filmes sobre o comportamento humano, mas seu tom indefinido é um obstáculo para todos.
