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Chappie (filme)
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Chappie

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“Chappie”: Seguindo os passos de “Distrito 9”

O diretor sul-africano Neill Blomkamp estreou em longa-metragens de forma arrebatadora, com o inteligente “Distrito 9” (Disctict 9, 2009). Esse sucesso permitiu que ele trabalhasse com elenco estelar. Assim, contou com Matt Damon e Jodie foster no seu filme seguinte, “Elysium” (2013). E, depois, com Hugh Jackman, Sigourney Weaver e Dev Patel (de “Quem Quer Ser um Milionário?”) neste “Chappie”.

Novamente, Blomkamp segue a linha da ficção científica com crítica social alegórica, desta vez a exploração infantil para atos criminosos. Fortemente influenciado por “Robocop – O Policial do Futuro” (Robocop, 1987), de Paul Verhoeven, “Chappie” se passa num futuro onde robôs policiais são usados como a arma mais eficiente no combate ao crime. O inventor deles, Deon Wilson (Dev Patel), porém, deseja avançar além do modelo atual, desenvolvendo inteligência artificial neles.

Mas a CEO da empresa que produz os robôs, interpretada por Sigourney Weaver, é contra essa ideia e proíbe Deon de seguir adiante nessa evolução. Deon, no entanto, desconhece que há outro opositor dentro da corporação, muito mais perigoso. É Vincent Moore (Hugh Jackman, bem interessante no papel de vilão), criador de outro modelo de máquina contra o crime, que foi jogado para escanteio. Então, enquanto Deon rouba um dos robôs para testar a inteligência artificial, Vincent desenha um plano para sabotá-lo.

Com credibilidade

Como se pode notar, o tema se assemelha bastante ao de “Robocop”. Mas a conexão aparece também no estilo. Logo no início, depoimentos de especialistas e notícias de TV sugerem que o que assistimos é real. É um recurso do filme de Verhoeven muito comentado à época do lançamento de seu filme, com elogios por sua modernidade. Blonkamp já havia lançado mão  desse método em “Distrito 9”, de forma acentuada e com resultado mais eficiente, quando praticamente o filme todo dava a impressão de que os eventos de fato aconteciam naquele momento em Johannesburg. “Chappie” repete também o cenário de “Robocop” do depósito abandonado, para onde o robô de Deon com o chip da inteligência artificial, apelidado de Chappie, é levado após ser sequestrado por um grupo de bandidos.

A metáfora do filme surge quando Chappie recebe o chip e precisa ser educado como uma criança. Os criminosos logo veem nele uma oportunidade de usa-lo em seus golpes. Então, se aproveitam de sua inocência para manipulá-lo, alegando que esses atos não ferem os princípios ditados pelo seu criador. Há uma clara analogia com a exploração infantil praticada em várias partes do mundo e, curiosamente, é um dos temas centrais de “Quem Quer Ser um Milionário?”, o filme que popularizou o ator Dev Patel, que interpreta Deon.

“Chappie” sofre com a ideia desgastada do vilão sabotador e, mais ainda, com a viajada na possibilidade de transferir a consciência de uma pessoa para uma máquina, que confere um tom exageradamente fantasioso para um filme que tinha um pé firme num futuro próximo totalmente possível. Por isso, não é tão bom quanto “Distrito 9”, mas mantém a credibilidade de Neill Blomkamp como um dos melhores nomes atuais do gênero ficção científica.


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