Pesquisar
Close this search box.
Os Melhores Anos de uma Vida (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Os Melhores Anos de uma Vida

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

Em Os Melhores Anos de uma Vida, o diretor Claude Lelouch resgata os personagens do seu filme Um Homem Uma Mulher (1966). Aliás, novamente, pois ele já os revisitara em Um Homem Uma Mulher – 20 Anos Depois (1986).

Antes de tudo, Os Melhores Anos de uma Vida apresenta um prólogo em que Anne Gauthier fala diretamente à câmera, ou ao espectador. E esclarece que ela e Jean-Louis Duroc não estão juntos. Assim, responde a uma inquietação que tomou conta de vários espectadores que assistiram aos filmes anteriores. Em um momento posterior, ela revelará mais detalhes sobre sua vida após a separação.

50 anos depois

Mais de cinquenta anos se passaram desde o primeiro encontro, e, hoje, Jean-Louis Duroc vive em uma clínica. Ironicamente, o ex-piloto de corridas agora se locomove numa cadeira de rodas. Além disso, sua memória está falha, e por isso, seu filho Antoine busca Anne Gauthier para ver se sua presença o ajuda a reavivar suas lembranças. Afinal, ele ainda fala sobre essa sua antiga paixão.

Na primeira visita de Anne, Jean-Louis não a reconhece, apesar de achá-la parecida com uma pessoa que conheceu. Anne continua a visitá-lo, e até o leva para passear pelos lugares onde experienciaram uma felicidade imensa. Gradativamente, um pouco de suas lembranças retorna, apesar de às vezes embaralhadas. Logo, um pouco daquele galanteador cujo charme conquistou Anne renasce em Jean-Louis. É quando surgem, então, diálogos deliciosos entre os dois ex-amantes.

A direção de Claude Lelouch

Em 1966, o diretor Claude Lelouch ousou bastante no estilo de filmagem. Beirou o maneirismo com sua narrativa entrecortada, uso alternado de partes coloridas e partes preto e branco, e os recortes com planos curtos em abundância. Desta vez, não é tão diferente. Talvez em menor dose, mas mistura planos reais com outros imaginados pela mente confusa de Jean-Louis. Aliás, os flashbacks com cenas do primeiro filme justificam o retorno da narrativa recortada.

A famosa música tema de Francis Lai e outras composições do primeiro filme ajudam a resgatar a emoção que o espectador sentiu quando o assistiu anos atrás. Além disso, mesmo para quem não viu os filmes anteriores, a trilha serve para conduzir a história com fluidez. Outro elemento que retorna do passado é o carro Mustang com numeração 184, como efeito dos flashes da memória de Jean-Louis.

Elenco

A produção não poderia acontecer sem a presença dos dois atores principais, Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant. Ninguém poderia substituí-los nesses papeis, pois a química entre eles é insuperável para a história.

“Acho profundamente emocionante ver Jean-Louis e Anouk cinquenta e três anos depois, no espaço de um segundo. É um segundo da eternidade que abre um buraco no tempo. As emoções são trazidas em círculo completo. As imagens de Jean-Louis e Anouk de duas épocas diferentes apenas intensificam nossas emoções.”

– Claude Lelouch

Adicionalmente, desta vez foi possível reunir também os dois atores que interpretaram os filhos de cada um deles. Portanto, Antoine Sire revive o filho de Jean-Louis, como já havia feito nos dois filmes anteriores. E Souad Amidou volta, pela primeira vez, a interpretar Françoise, a filha de Anne.

Aliás, esse retorno dos ex-atores infantis é um ingrediente mágico para Os Melhores Anos de uma Vida. Afinal, os dois antigos amigos de infância iniciarão um romance, mesmo que o filme apresente seu desenvolvimento sem o aprofundar ou acompanhar de perto. O essencial é mostrar que o ciclo iniciado com o caso de amor entre Anne e Jean-Louis continuará com Antoine e Françoise.

Os Melhores Anos de uma Vida não consegue repetir o encanto do primeiro filme, mas talvez reflita a alegria possível do reencontro de Anne e Jean-Louis. As melhores memórias são as do passado, mas isso não impede que novos bons momentos surjam no presente.


Os Melhores Anos de uma Vida (filme)
Os Melhores Anos de uma Vida (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo