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Um Homem, Uma Mulher (filme)
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Um Homem Uma Mulher

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Um Homem Uma Mulher marcou época e ainda é um dos mais famosos filmes românticos de todos os tempos. Esse longa francês alcançou sucesso internacional, e até ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e Filme Estrangeiro. Sem contar que ainda obteve indicações da Academia para os prêmios de melhor atriz (Anouk Aimée) e diretor (Claude Lelouch). Além da Palma de Ouro em Cannes.

A sua trama acompanha o caso de amor entre Anne Gauthier e Jean-Louis Duroc. Os dois se conhecem casualmente porque seus filhos estudam no mesmo internato, em Deauville, a 200 km de Paris. Jean-Pierre é um piloto de corridas, que perde sua esposa numa tragédia durante o filme. Já Anne é roteirista e seu marido era dublê, mas ele faleceu há pouco tempo em um acidente de trabalho. Aos poucos, surge um forte amor entre os dois.

Dirigido por Claude Lelouch

Este é o quinto longa ficcional de Claude Lelouch, que começou a carreira em 1957. Portanto, um início contemporâneo à nouvelle vague. Talvez por isso Um Homem Uma Mulher evidencie uma busca por uma direção estilística. Sua narrativa possui vários recortes, e misturam passado e presente, sem seguir uma rígida cronologia.

Além disso, alterna sequências coloridas com outras em preto e branco. A princípio, parece que há um racional nesse processo, principalmente, porque todas os flashbacks de Anne e seu marido falecido Pierre são em cores. Porém, as demais alternâncias não possuem uma regra estrita. Tanto que as cenas atuais de Anne e Jean-Louis aparecem nas duas opções de fotografia.  

Os sons possuem um papel fundamental no filme. Logo no início, a buzina de um barco encobre o conto de fadas que Anne conta para sua filha na praia. Em momentos posteriores, os ensurdecedores barulhos dos motores dos carros de corrida e as explosões nas filmagens ajudam a inserir um pouco de ação no longa. Assim, contrastam com os momentos contemplativos do amor que se desenvolve lentamente.  

Por outro lado, a famosa música tema de Francis Lai surge em vários momentos. De fato, até de forma exagerada. Afinal, como hoje essa melodia se tornou amplamente conhecida, esse uso em profusão acaba atrapalhando o clima do romance. O efeito é intrusivo, com risco de se tornar cômico.

Clímax dramático

Definitivamente, o grande clímax dramático do filme é também o seu melhor momento. Inclusive para os protagonistas, pois é a cena em que eles, finalmente, vão para a cama. Claude Lelouch filma o ato sexual focando apenas os rostos dos amantes, com recortes fluídos, extraindo um clima altamente sensual. De repente, ele comunica ao público o incômodo de Anne, pois ela ainda sente com muita força a presença do marido morto. Para isso, utiliza a expressão no rosto de Anouk Aimée, a entrada do som pulsante da batida do coração e flashbacks intercalados de momentos do passado feliz. Surge, assim, o grande obstáculo dessa história de amor.

No desfecho, há um final em aberto com os dois amantes abraçados. A tendência maior é acreditar que eles ficaram juntos, pois eles só se encontram porque Jean-Louis corre atrás dela num gesto que só os apaixonados podem fazer. As duas continuações, bem tardias, definirão essa questão, em Um Homem, uma Mulher: 20 Anos Depois (1986) e Os Melhores Anos de Uma Vida (2019).


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