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Os Últimos Embalos da Disco (filme)
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Os Últimos Embalos da Disco

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Os Últimos Embalos da Disco

aborda o cenário da disco com um olhar revisionista, permitido pelo distanciamento temporal de duas décadas.

A estória se passa no início dos anos 1980, em Nova York. Acompanhamos Alice e Charlotte, interpretadas por Chloë Sevigny e Kate Beckinsale, duas assistentes em uma editora de livros que dividem um apartamento pequeno. À noite, se divertem em uma discoteca com acesso seletivo, onde dançam e buscam novos relacionamentos. Charlotte é liberal e racional com seus parceiros. Alice é mais recatada, e quando tenta ser mais arrojada, acaba dando a impressão de ser uma depravada. Os rapazes que orbitam ao redor delas trocam posições entre amantes, amigos e namorados.

Enquanto isso, todos lidam com o fechamento do clube onde costumam ir. O ministério público encontra irregularidades financeiras no negócio e o seu dono é flagrado com posse de drogas. Esse recorte registra o fim da era da disco, ilustrado no filme também com imagens de arquivo de LPs de vinil de disco sendo destruídos em uma manifestação e pela agressão de um dos personagens por opositores desse gênero musical.

Hedonismo em cheque

O hedonismo dos apreciadores da disco se choca com a crescente filosofia yuppie que surge no início dos anos 1980. Enquanto os frequentadores da cena dançante se divertem sem compromissos durante a madrugada toda, os jovens profissionais urbanos se dedicam a construir uma carreira de sucesso. Por isso, o filme mostra que os yuppies não são bem-vindos aos clubes, mas de uma forma revisionista, pois essa segmentação não era absoluta. O personagem Jimmy (Mackenzie Astin) é um frequentador que se revolta contra essa distinção, pois, apesar de ser um publicitário, preocupado com sua carreira, ele também adora se divertir à noite nas discotecas.

O revisionismo também permite uma reflexão sobre o que os personagens predizem sobre como a disco será vista no futuro. O personagem Josh declara que não deseja que a disco seja lembrada pelos estereótipos das poses de John Travolta no filme Os Embalos de Sábado à Noite, ou pelas roupas de poliéster e sapatos plataforma. De fato, o título nacional Os Últimos Embalos da Disco confirma que essa referência marcou a disco. Porém, a trilha sonora do filme que embala um hit após o outro mostra que, como gênero musical, a disco se tornou valorizada.

O diretor e roteirista Whit Stillman fecha com Os Últimos Embalos da Disco uma trilogia sobre a juventude nos anos 1980, composta também por seus dois primeiros filmes: Metropolitan (1990) e Barcelona (1994).

Frieza

Contudo, o retrato em Os Últimos Embalos da Disco peca por ser frio demais. Ao mesmo tempo que não investe na nostalgia, pulveriza a atenção das duas protagonistas em muitos relatos curtos e superficiais de personagens secundários. O filme apresenta, por exemplo, a outra colega de quarto Holly (Tara Subkoff) e Nina (Jennifer Beals), a ex-namorada de Des (Chris Eigeman), surgem algumas vezes na tela acrescentando muito pouco à estória. Como resultado, esses trechos, acumulados, roubam um precioso tempo que poderia ser dedicado a um aprofundamento maior de Alice e Charlotte.

Assim, Os Últimos Embalos da Disco perde a oportunidade de desenvolver suas protagonistas, a princípio interessante. Mas, o filme se salva pelas músicas e por apresentar um panorama sem caricaturas da era disco.


Os Últimos Embalos da Disco (filme)
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