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Oslo, 31 de Agosto (filme)
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Oslo, 31 de Agosto

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

Oslo, 31 de Agosto é o segundo longa do diretor norueguês Joachim Trier, hoje mais conhecido por sua indicação ao Oscar de roteiro original por A Pior Pessoa do Mundo (Verdens verste menneske, 2021), que ainda concorreu ao prêmio da Academia de melhor filme internacional. Junto com Começar de Novo (Reprise, 2006), essas obras formam o que o cineasta chama de “Trilogia Oslo”.

São três filmes sobre pessoas perto dos trinta anos; a idade dos protagonistas de cada um avança de acordo com a trilogia, começando com vinte e poucos em Começar de Novo, e chegando perto dos quarenta em A Pior Pessoa do Mundo. Em Oslo, 31 de Agosto, Anders (Anders Danielsen Lie) tem 34 anos, e vive numa clínica de reabilitação porque é um viciado em drogas. A história se baseia no livro “Le Feu Follet”, de Pierre Drieu La Rochelle, antes adaptado por Louis Malle em Trinta Anos Esta Noite (Le feu follet, 1963).

Quem se importa?

Acompanhamos um dia na vida de Anders. Na primeira cena, ele tenta se suicidar num lago, mas não consegue. Retorna encharcado para a clínica, e as pessoas o cumprimentam, veem seu estado, mas ninguém fala nada. É um indício do mundo como Anders o vê. Ou seja, os internos se reúnem para as conversas de terapia em grupo, compartilham seus problemas, mas ninguém parece realmente se importar um com o outro. Em um trecho posterior, Anders ouve as conversas das outras mesas numa lanchonete que ele visita sozinho. Essa cena toca a fantasia como aquela em que o tempo para pra protagonista de A Pior Pessoa do Mundo, e desvenda as vozes do prólogo; parece uma provocação de Triers para nos indicar que também ouvimos os problemas dos outros, mas sem nos importarmos com eles.

Então, nesse ponto específico, Oslo, 31 de Agosto nos toca por nos fazer acompanhar a tristeza desse rapaz, que não vê mais graça em nada, pois já destruiu tão cedo tudo ao seu redor. O ex-amor de sua vida não quer mais se comunicar com ele, a família teve que vender tudo para pagar as dívidas que ele acumulou… Mas, o período de 24 horas que o filme acompanha começa com uma esperança, pelo menos para o seu responsável na clínica. Afinal, ele tem uma entrevista de emprego.

Um dia na vida

Esse compromisso permite que Anders tenha um dia fora da clínica. Mas, na entrevista, ele se sabota. Logo entrega que é um ex-viciado e se retira do local porque pensa que não o aceitarão, mesmo antes que o entrevistador tenha a chance de dizer o contrário. Durante o dia, Anders encontra três pessoas. Um deles é um amigo que deixou a vida louca para trás e agora leva uma vida de casado e pai de uma criança. À noite, vai à festa de uma ex-namorada, que está num relacionamento de nove anos que não vai a lugar nenhum. Por fim, sai desse lugar para curtir os bares e as baladas com um amigo e duas mulheres. No fim da madrugada, essa diversão não faz mais sentido e ele se refugia na antiga casa da família, agora em processo de mudança.

Essas poucas horas são suficientes para entendermos o estado de espírito de Anders. Ele vê com desânimo sua vida, desperdiçada nas drogas. Poderia reconstruí-la, mas não encontra as forças para isso. O fatídico 31 de agosto foi apenas mais um dia em sua triste existência – o último.

Oslo, 31 de Agosto não julga seu protagonista. Nem pretende ensinar como se reerguer após uma queda que levou à ruínas. A alegria de viver passa longe desse filme, e do seu protagonista.

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Ficha técnica:

Oslo, 31 de Agosto | Oslo, 31. August | 2011 | 95 min | Noruega, Dinamarca, Suécia | Direção: Joachim Trier | Roteiro: Joachim Trier, Eskil Vogt | Elenco: Anders Danielsen Lie, Hans Olav Brenner, Ingrid Olava, Malin Crépin, Aksel Thanke, Øystein Røger, Kjærsti Odden Skjeldal, Johanne Kjellevik Ledang, Renate Reinsve.

Onde assistir:
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