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Paixão Inocente (filme)
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Paixão Inocente

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Paixão Inocente é um drama sufocante. Keith Reynolds (Guy Pearce) se sente frustrado em sua vida profissional e familiar. Quando Sophie (Felicity Jones) chega da Inglaterra para um intercâmbio, ele sente que há uma solução para suas angústias, como um sopro de ar fresco cheio de esperanças. Keith se vê enclausurado dentro de sua desestimulante rotina de professor de música e de casamento sem amor.

Ele deseja ser músico, como foi quando jovem, mas sua esposa Megan (Amy Ryan) nunca o incentiva a ir atrás de suas ambições. Mesmo assim, ele se candidata a uma vaga na Orquesta Filarmônica de Nova York. Sua filha Lauren (Mackenzie Davis) também não liga para os interesses do pai, preferindo se dedicar à natação a estudar música.

Convidada por Megan, a jovem de 18 anos Sophie chega à casa para um intercâmbio. Doce, bela, sensível e pianista talentosa, Sophie desenvolve aos poucos uma intensa empatia com Keith, para ela uma saída também para sua falta de objetivo na vida. Sophie não se comporta como a Lolita do filme de Stanley Kubrick, não age como uma sedutora destruidora de lares – foge até dos avanços do namorado de Lauren – mas acaba desencadeando uma crise familiar.

As cenas de aproximação entre Keith e Sophie surpreendem pela singeleza e, quando trocam confidências e carinhos à beira do lago, as imagens sofrem cortes abruptos, caracterizando o atordoamento dos dois diante da paixão platônica mútua, que se concretiza com um beijo apenas.

Direção e elenco

O jovem diretor Drake Doremus já trabalhou antes com Felicity Jones, em Loucamente Apaixonados (Like Crazy, 2011), em um drama romântico. Agora, em seu quinto filme, Doremus se concentra mais no drama do que no romance. A habilidade do diretor se revela nas cenas em que revela Keith como uma pessoa sem esperanças, insatisfeito com sua vida mas que se deixa ser aprisionado pelas aparências. Isso fica evidente com a sequência inicial e final das fotos da família falsamente feliz. O desfecho rompe a tradição hollywoodiana, buscando uma solução (ou falta dela) existencialista.

Guy Pearce é um ator conhecido, mas normalmente em papéis secundários (Homem de Ferro 3, Prometheus), e aqui encarna perfeitamente um protagonista perdido e fechado. Felicity Jones ainda não era famosa quando fez esse filme, anterior à sua indicação ao Oscar de 2014 por A Teoria de Tudo. A sua beleza tipicamente britânica acaba gerando ofertas de personagens semelhantes, relacionadas à sua origem, como neste filme. Mas Jones consegue demonstrar a inocente atração que acaba sendo a origem da crise na família que a hospeda.

O título nacional estraga um pouco o filme, desviando o ponto de vista original do protagonista (Keith) para o de Sophie.


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