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Passando dos Limites (filme)
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Passando dos Limites

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Nia DaCosta estreia em longa-metragem, assumindo as funções de direção e roteiro de Passando dos Limites (Little Woods). O resultado foi bem valorizado, o que a levou à direção de A Lenda de Candyman (Candyman, 2021), que tem Jordan Peele como um dos roteiristas.

Passando dos Limites é um daqueles melodramas nos quais o personagem principal sofre horrores. De fato, o que já não está bom fica ainda pior para Ollie (Tessa Thompson), conforme a história avança. A trama se inicia quando faltam apenas oito dias para terminar o período de liberdade condicional dela, condenada por venda ilegal de medicamentos. Mas as coisas estão ficando apertadas para ela, pois está prestes a perder a casa que pertencia à sua mãe, recém-falecida, e a irmã, Deb (Lily James), que já tem um filho pequeno, ficou grávida.

Então, o desespero leva Ollie a arriscar sua liberdade. E, começa a vender alguns medicamentos que já tinha em sua posse. Mas isso também vai por água abaixo. Logo, ela precisa cruzar a fronteira com o Canadá para trazer mais drogas para o traficante local. E, aproveitando a viagem, levar Deb para realizar um aborto sob documentos falsos canadenses.

Roteiro e direção

O desenrolar desse melodrama convence, mas o roteiro deixa a solução de uma questão incômoda só para a parte final. Deb mora com seu filho em um trailer que ela deixa num estacionamento de um supermercado, correndo o risco de ser guinchado. Porém, a casa onde Ollie mora fica isolada no campo, com espaço de sobra para ela deixar o trailer ali. Mas só bem depois, após esse ruído atrapalhar a fruição da história, é que Deb diz que o trailer não é dela. Na verdade, ela o invadiu quando estava desocupado, portanto, não conseguia movê-lo. Pelo menos, é o que concluímos na discussão que ela tem com Ollie após perder o trailer. O fato de não deixar isso muito claro revela que Nia DaCosta não deu muita importância para esse detalhe.

Em relação à direção em si, DaCosta realiza um trabalho mais que competente. Além de fluir a trama e acentuar adequadamente os momentos dramáticos, ainda trabalha bem os enquadramentos. Por exemplo, na cena em que Deb vai entrar na casa dos falsificadores de documentos, a diretora emoldura a personagem dentro das esquadrias das janelas. Além disso, ainda inclui uma imagem enigmática que abre o filme, e que satisfatoriamente se explica na parte final, quando revela que era a fronteira entre os EUA e o Canadá.

Começando do zero

As interpretações de Tessa Thompson e Lily James comprovam a capacidade que possuem para encarar papéis densos em filmes sérios, embora estes sejam menos frequentes em suas carreiras. Por outro lado, o roteiro ganha um interesse extra ao constituir essa relação entre irmãs não-consanguíneas. Embora seja adotada, Ollie é quem assumiu os cuidados da mãe enquanto ela estava com doença terminal. Mas, de qualquer forma, as duas possuem uma ligação forte, tanto que Ollie assume os riscos por conta da irmã e da filha dela.

Por fim, quebrando o padrão moralista da maioria dos filmes sérios estadunidenses, a conclusão revela que os atos ilegais das protagonistas lhes abrirão a oportunidade de mudarem as suas vidas. Não que estarão em uma situação privilegiada, mas, pelo menos, poderão começar do zero, e não do menos um.  


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