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Poster do filme "Pinóquio" (2019)
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Pinóquio

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

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Crítica | Ficha técnica

O novo filme sobre o boneco Pinóquio mantém seu apelo como recomendação para o bom comportamento das crianças.

O famoso conto de fadas escrito por Carlo Collodi ganha sua versão live action para o cinema, sob a batuta de Matteo Garrone. O diretor italiano já adaptou esse gênero literário para as telas em O Conto dos Contos (2015), baseado no livro de Giambattista Basile.

Grande produção

Logo de cara, a produção é ostentosa. Na verdade, isso já era esperado, já que o filme traz o famoso ator e diretor Roberto Benigni no papel de Gepeto. E a expectativa se concretiza nos cenários, que adaptam as belas locações italianas para um tempo antigo, tal como sempre imaginado pelos que conhecem a estória. Além disso, o orçamento é generoso com o volume de extras, animais e demais objetos de cena. Por exemplo, a sequência com a carroça que leva Pinóquio e seu amigo arteiro possui uma grande quantidade de crianças e asnos. Finalmente, a maquiagem cria belíssimas criaturas, tanto o protagonista como os vários seres fantásticos da estória.

Fidelidade

Segundo o diretor Matteo Garrone, sua intenção era criar uma adaptação mais fiel do que aquela clássica adaptação animada da Disney. Esperava-se, também, uma versão mais sombria. De fato, esse novo Pinóquio é mais detalhado, evitando sintetizar tanto a trama como fez os estúdios Disney. Mas, as duas são igualmente limitadas. Na verdade, a escapulida do boneco para experimentar os prazeres viciantes da vida são até mais ousados na animação do que nesse filme.

Enfim, ao se preocupar com a fidelidade da obra original, este Pinóquio ganha uma dose extra de interesse. Enquanto Gepeto logo sai de cena, o boneco se aventura sozinho, ao desprezar os estudos e preferir o circo. Então, essa versão traz uma jornada mais longa. Nela, sua ingenuidade o leva a ser enganado, vítima da ganância e da ilusão da riqueza fácil, bem como da sedução do prazer. Dessa forma, ao confiar cegamente em estranhos, descobre que existem pessoas boas e más.

Menos humor, mais aventura

Apesar da presença de Roberto Benigni, a dose de humor no filme é pequena. No início, Begnini protagoniza algumas cenas engraçadas, mas ele logo some da estória. Cabe, então, à personagem da Dona Lesma conduzir algumas piadas. E isso porque a dupla de malandros, formados pela Raposa e pelo Gato, é um pouco assustadora demais para ser engraçada, apesar de que essa era uma de suas atribuições.

O longa também não é tão sentimental. Mesmo que Pinóquio sofra bastante, e seja uma figura fofa, o apelo emocional deixa de ser construído porque a relação dele com seu pai Gepeto é breve demais. De fato, seriam necessárias mais cenas em que os dois demonstrassem uma forte ligação entre eles, antes de se separarem. Como resultado, os últimos minutos do filme não chegam a provocar lágrimas. Isso não chega a prejudicar o filme, apenas lhe confere um tom menos melodramático.

Definitivamente, há apenas um trecho que não funciona. De verdade, até estraga um pouco a óbvia intenção da estória de sugerir às crianças que se comportem bem. E nos referimos à cena do tribunal perante o qual Pinóquio comparece para prestar queixas pelo roubo de suas moedas. Diante do relato, o juiz quer prendê-lo porque os inocentes vão para a prisão. Então, a saída para o boneco é mentir e alegar que é culpado por vários roubos. Ou seja, não faz sentido e está na contramão das lições do filme.

Por fim, apesar desses senões, essa nova versão de Pinóquio é uma divertida aventura altamente recomendada para as crianças aprenderem a se comportarem bem. Aliás, como essa tradicional estória sempre foi.


Cena do filme "Pinóquio" (2019)
Cena do filme "Pinóquio" (2019)
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