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Pinóquio (filme de 2022)
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Pinóquio (2022)

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

A versão live-action de Pinóquio (2022) segue a clássica animação da Disney lançada em 1940, com algumas modificações, parte delas para adaptar a esse formato, e parte porque o zeitgeist de hoje não é o mesmo de oitenta anos atrás. Essa onda da Disney de transformação de suas animações em live-action tem sido uma constante, como comprovam A Bela e a Fera (2017), O Rei Leão (2019), Dumbo (2019), A Dama e o Vagabundo (2019) e Mulan (2020). Com certeza, novos projetos nessa linha já estão nessa linha de produção.

Tecnicamente, a mistura de animação com cenas e pessoas reais em Pinóquio não está soberba como em outros longas dessa série. O personagem principal aparece em desenho, e nem sempre ele está integrado com fluidez nas cenas. Por exemplo, isso fica incômodo quando Pinóquio entra na escola atrás dos demais alunos. E os próprios efeitos visuais deixam a desejar, como na fuga pela boca da baleia (aqui um monstro marinho).

Mas, no caso dessa história, baseada no livro de Carlo Collodi, os ensinamentos lúdicos para as crianças são tão preciosos que é louvável que a geração de hoje dedique sua atenção a eles. A animação clássica, devemos admitir, possui rejeição por parte das crianças de hoje, acostumadas a um outro tipo de visual de animação. Por isso, esse novo formato, em live-action, torna esse conto mais acessível para essa turminha. Pena que o filme não chegou aos cinemas, sendo lançado direto no streaming da Disney Plus, aleijando boa parte do seu público potencial. Inclusive, muitos efeitos em 3D ficam perdidos na janela de exibição em casa.

Inclusão

As modificações que visam atualizar a mensagem do filme miram a inclusão e, também, a igualdade racial. Personagens mudaram de etnia nessa nova versão. Por exemplo, a Fada Azul, antes possuía o padrão Barbie loira, mas agora quem a interpreta é a atriz negra Cynthia Erivo. Porém, a inclusão é a motivação das principais mudanças em relação ao original. Nesse sentido, uma nova personagem, Fabiana, a manipuladora da marionete Sabina, entra na história e ela possui uma deficiência física em uma de suas pernas. Da mesma forma, o próprio Pinóquio não é aceito na escola por ser um boneco, ou seja, diferente dos demais alunos. Isso justifica que na conclusão ele não vire um menino de verdade, pois, afinal, ele deve se aceitar do jeito que ele é, e outros também.

As demais mensagens, já presentes na obra original, continuam necessárias. E alertam as crianças a evitarem as más companhias e a obedecerem aos seus pais. Além disso, a não caírem nas tentações simbolizadas aqui pela Ilha dos Prazeres. E, claro, a não mentir. Hoje, as ameaças vêm em outras formas, principalmente virtuais, mas o alerta do filme poderá levar à relação entre esses perigos.

Disney, Zemeckis e Hanks

A Disney reúne, em Pinóquio (2022), uma colaboração que já rendeu ótimos frutos. O diretor Robert Zemeckis e o ator Tom Hanks (que faz o Geppetto) trabalharam juntos em três filmes. São eles: Forrest Gump (1994), Náufrago (Cast Away, 2000) e O Expresso Polar (The Polar Express, 2004). Zemeckis, além disso, já dirigiu dois filmes da Disney: o pioneiro live-action Uma Cildada Para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, 1988), que teve produção não-creditada da Walt Disney Feature Animation, e a animação Os Fantasmas de Scrooge (A Christmas Carol, 2009).

A recepção geral dessa nova versão da Disney de Pinóquio não tem sido das melhores, principalmente por conta dos efeitos visuais. Confesso que senti falta de momentos mais assustadores, como a presença ameaçadora de Stromboli, o perigo rondando o passeio na Ilha dos Prazeres (muito ousado na animação de 1940), a transformação em burro (aqui mostrada pelas sombras na parede) e o terrível monstro marinho. O medo no filme original enfatizava os efeitos negativos das más decisões de Pinóquio, daí sua importância.

Porém, por outro lado, as mudanças que atualizam a história para o politicamente correto são corretas. E, bem ou mal, o conto volta a despertar a consciência de uma nova geração de crianças, o que nunca pode ser desprezado. Se não é tão bom quanto o original, e nenhuma adaptação live-action conseguiu ser, então o problema está na ideia de realizar novas versões. Seria, então, uma alternativa remasterizar as animações originais dando-lhes um toque de contemporaneidade para que elas atraíssem as crianças de hoje?


Pinóquio (filme de 2022)
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