Pesquisar
Close this search box.
Poderia Me Perdoar? (2018)
[seo_header]
[seo_footer]

Poderia Me Perdoar?

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Poderia Me Perdoar? traz às telas a incômoda história de Lee Israel, uma escritora de biografias que, aos 51 anos, se vê sem perspectivas de publicar seu novo livro. Então, recorre a falsificar cartas de pessoas famosas já falecidas para vendê-las a livrarias como item colecionável.

O relato se concentra em 1991, em Nova York, quando Lee começa seus golpes e inicia uma amizade com o garboso Jack Hock, que se tornaria seu comparsa. Sem glamurizar a trambiqueira, o filme baseado em suas memórias a retrata como uma pessoa desagradável. Constantemente bêbada, ela é desleixada tanto na limpeza de seu apartamento quanto no trato com as pessoas, e capaz de enganar até quem a respeita e admira. Por exemplo, a moça que trabalha na livraria e que se torna sua primeira compradora de memorabilia. Mesmo assim, Poderia Me Perdoar? não esconde o fato de que Lee Israel era talentosa. Afinal, sua facilidade em vender os itens falsos vinha principalmente de sua capacidade de criar cartas que incorporavam a personalidade das celebridades que eram objeto de suas imitações.

Direção de Marielle Heller

Segundo longa-metragem na sua carreira de diretora, Marielle Heller pinta com tons carregados essa história amarga. De fato, o pouco de humor existente na obra vem da figura de Jack Holt. Ele é interpretado magnificamente por Richard E. Grant, com uma acertada afetação digna das melhores atuações de Peter O’Toole. Jack Holt é um embuste, alcoólatra e drogado, gay promíscuo, vagabundo, mas com um charme e fineza que encanta a todos. Por isso, é com ele que Lee Israel cria um forte laço de amizade, encaminhada pelos muitos traços em comum entre os dois.

Porém, o alto astral os diferencia. Enquanto Jack é a figura iluminada do filme, Lee é a amargura em pessoa. Nos acostumamos a ver Melissa McCarthy em papéis cômicos escrachados – por exemplo, em Missão Madrinha de Casamento (2011), A Espiã Que Sabia de Menos (2015), e Caça-Fantasmas (2016). Porém, aqui ela interpreta Lee Israel carregando consigo o lado grosseiro desses papéis, sem intenção de provocar risos. Assim, McCarthy surpreende por viver um papel extremamente dramático, mas mantendo sua habitual depravação.

Humor negro

Há humor ácido em Poderia Me Perdoar?. Contudo, o filme está longe de ser uma comédia, mesmo tendo Melissa McCarthy como protagonista. Afinal, essa releitura das memórias dessa escritora que usou seu talento para o crime envereda pelos aspectos angustiantes de sua vida. Assim, a paleta cinzenta e marrom de sua fotografia somente cede lugar às cores de uma ensolarada primavera quando a personagem toma consciência de seus atos. Nesse momento, ela resolve escrever o livro que deu origem ao filme, já na sua parte final. Então, finalmente ouvimos uma melodia alegre na sua trilha sonora.

Por fim, o filme concorre ao Oscar em três categorias: atriz (Melissa McCarthy), ator coadjuvante (Richard E. Grant) e roteiro adaptado (Nicole Holofcener e Jeff Whitty).

 

Onde assistir:
Poderia Me Perdoar? (2018)
Poderia Me Perdoar? (2018)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo