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Podres de Ricos (2018)
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Podres de Ricos

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Podres de Ricos é a comédia romântica mais alegre do século 21. E, ainda, conta com o diferencial de contar com um raro elenco formado somente por atores asiáticos. A rom com de Jon M. Chu retoma o alto astral de clássicos como Cantando na Chuva (1952). Também mescla o humor visual das comédias de Frank Tashlin dos anos 1950 com as paródias que fizeram o sucesso de filmes como Trovão Tropical (2008).

Em Nova York, Rachel Chu namora Nick Young há um ano, sem saber que ele é um dos herdeiros de uma multimilionária e tradicional família em Singapura. Quando Nick a convida para acompanha-lo no casamento de seu melhor amigo em sua terra natal, Rachel terá que enfrentar o preconceito local por ela não ter nascido na Ásia. Além da desconfiança de que ela só está interessada no dinheiro dele.

Variações na fórmula

O ritmo ágil de Podres de Ricos resulta em parte pela subversão da fórmula padrão do gênero. Ou seja, habitualmente, a comédia romântica começa a estória a partir da apresentação dos dois protagonistas, seguida pelo encontro deles (o “boy meets girl”) e assim por diante. Essas etapas são puladas e o filme já começa com o casal namorando há um ano, o que evita acompanharmos o processo que todos sabemos antecipadamente como se desenrolará.

As gags visuais, tão bem empregadas por Frank Tashlin em suas comédias anárquicas e coloridas, ganham aqui uma versão modernizada. Por exemplo, os comentários, emoticons e stickers de redes sociais que levam à mãe de Nick a fofoca que ele comparecerá ao casamento acompanhado de sua namorada norte-americana. A paleta com cores vibrantes do filme combina com a tradição oriental, principalmente o vermelho na China, assim como com essas comédias de meados do século 20.

O humor em algumas cenas é escrachado, evitando que o romance torne o filme meloso demais. Em um dos momentos hilários, vemos uma modelo sendo arremessada para longe quando o primo de Nick dá um tiro de bazuca em uma festa, no lugar de fogos de artifício. Da mesma forma, há piadas, também, satirizando filmes famosos. Por exemplo, o voo dos helicópteros de Apocalypse Now (1979) e o animal morto na cama de O Poderoso Chefão (1972). Aliás, curiosamente, dois filmes de Francis Ford Coppola, o que indica a admiração de Jon M. Chu por esse cineasta.

Retrato social

Por outro lado, Podres de Ricos agrada, também, por retratar o mundo absurdamente extravagante da privilegiada classe social indicada no título. De fato, os programas de TV sobre a família dos Kardashians fazem sucesso justamente por essa tendência das pessoas comuns em desvendar esse estilo de vida inatingível para elas. Aliás, o luxuoso casamento do amigo de Nick, que inclui até transformar em um córrego a passarela da noiva na cerimônia, ao som de “Can’t Help Falling in Love”, pode até se tornar sonho de consumo dos próximos matrimônios de quem tem condições para tal. Em sintonia, a produção do filme mantém o padrão e enche o salão de festas com centenas de extras como convidados.

Além disso, os coadjuvantes em Podres de Ricos são valorizados. Mesmo sendo muitos, todos possuem seus momentos próprios, o que nos permite conhecer cada um deles. Nesse sentido, observe a construção de personagens como a mãe e a avó de Nick, que vão além do clichê “sogra malvada” e “avó bondosa”. Perceba, também, que a irmã de Nick ganha destaque na parte final do filme, quase disputando espaço com a protagonista Rachel.

No entanto, isso tudo sem se esquecer de seu lado romântico. Por sinal, este recorre à fórmula do gênero naquele esperado momento do pedido de casamento do par central. Então, os dois esquecem do mundo exterior e superam qualquer vergonha de se declararem em público. Bem filmado, e com boas atuações, a cena emociona mesmo sendo um clichê.

Sucesso nas bilheterias

Nas bilheterias norte-americanas, o filme surpreendeu. Arrecadou US$ 174 milhões (16º no ranking do ano), provando a força do público “Asian-American”. Com isso, aproveita um filão de mercado étnico ainda não explorado, diferente do afro-americano e hispânico, que já consolidaram suas fatias.

Porém, um outro objetivo, o de conquistar o público da China, não foi atingido. Assim, a bilheteria mundial, excluindo os países norte-americanos, atingiu somente US$ 64 milhões. A utilização de técnicos e atores asiáticos furou o bloqueio da restrição chinesa para produções estrangeiras, porém, o filme não atraiu o público desse país.

Enfim, independente dos números, Podres de Ricos agradará aqueles que apreciam uma comédia romântica com alto astral.


Podres de Ricos (2018)
Podres de Ricos (2018)
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