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Regresso a Reims (filme)
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Regresso a Reims (Fragmentos)

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Ricamente ilustrado, Regresso a Reims apresenta um panorama social e político da França desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. O texto do livro do escritor e filósofo Didier Eribon ganha interpretação na voz de Adèle Haenel, de Retrato de uma Jovem em Chamas (Portrait de la jeune fille en feu, 2019). E, isso o torna mais suave de se assistir do que os documentários tradicionais.

Contudo, talvez mais forte que a narração seja o criativo uso do vasto material reunido para a realização de Regresso a Reims. Parte dele se constitui de trechos de filmes feitos para o cinema nas correspondentes épocas retratadas no documentário, que se encaixam perfeitamente no contexto pela sensibilidade do diretor e roteirista Jean-Gabriel Périot. O material audiovisual inclui, também, filmes publicitários e entrevistas, além de reportagens e noticiários televisivos.

Um dos eixos que Regresso a Reims percorre é o papel da mulher na sociedade. Nesse aspecto, aborda a dura reação às colaboracionistas da ocupação nazista, a sujeição ao assédio sexual na crise do pós-guerra, e os questionamentos a partir dos anos 1960 e 1970.

Exploração do trabalhador

O documentário ainda provoca discussões sobre as classes sociais. Principalmente quanto à preservação do status quo a partir da educação – segundo dados que o filme apresenta, os pobres costumam concluir apenas o ensino fundamental e o ensino superior é majoritariamente ocupado pelas classes média e alta. Esse aspecto conecta-se com as relações de trabalho, e o longa mostra as duras condições dos operários.

Logo, a exploração do trabalhador abre as portas para Regresso a Reims questionar o capitalismo. Porém, sem levantar a bandeira do comunismo, já que na política, as ideologias dão lugar ao pragmatismo, e o filme exemplifica isso com a eleição do presidente François Mitterrand, do Partido Socialista, em 1981. Por fim, o filme ainda toca na ferida do racismo contra os imigrantes, ponto em comum nos discursos da direita e da esquerda.

Em suma, Regresso a Reims permite uma prazerosa incursão pela história da França recente. Deixa-nos com vontade de ver um documentário didático e esclarecedor como esse sobre o Brasil.


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