Rio de Vozes (filme)
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Rio de Vozes

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

O documentário Rio de Vozes capta a situação atual das pessoas que vivem ao longo do Rio São Francisco. A direção é da brasileira Andréa Santana e do francês Jean-Pierre Duret. A dupla já possui experiência no gênero, tendo realizado juntos Romances de Terra e Água (2001), O Sonho de São Paulo (2004), No Meio do Mundo (2008) e Se Battre (2014).

Santana e Duret mantêm a câmera invisível, captando com a maior naturalidade possível os personagens em suas vidas cotidianas. Algumas se emocionam, não provocadas pelos realizadores do filme, mas pelo momento de afirmação de quem precisa se impor para que respeitem suas origens. Esse caso específico é das mulheres que trabalham com a pesca no Rio São Francisco, e que, ao longo de suas vidas, enfrentaram desdém, para não dizer preconceito, por se afirmarem pescadoras. No filme, clamam pela valorização da atividade que recebem como herança, uma alternativa de vida muito melhor do que “viver na periferia de Salvador”.

Porém, esta não é a única voz captada pelo filme. São diversas as realidades retratadas em Rio de Vozes. A primeira é a dos fabricantes de barcos, que constroem os produtos de forma quase artesanal, embaixo de uma ponte enorme que atravessa o Rio São Francisco. Trabalham ali, sem seguir um processo parametrizado, vestindo apenas shorts, sem nenhum equipamento de segurança. Seguem até de noite, e cada barco é um produto único. O filme acompanha o primeiro navegar de um novo barco, e assim, sem legendas ou narrações, somos apresentados ao Rio São Francisco. Aliás, deduzimos ser esse o nome do rio por causa da breve animação do prólogo – e das informações extra filme, obviamente.

Um rio fragilizado

E, assim, o longa segue o fluxo do rio, registrando os personagens que surgem. Cada um deles expõe suas perspectivas em conversas entre seus pares, enquanto acompanhamos suas rotinas. Além da pesca, o Rio São Francisco serve a outras finalidades, de local para lavar louça aos grandes projetos de irrigação, estes criticados por desviar o curso natural e poluir as suas águas. Dentro da conversa fiada do dia a dia, sobressai a preocupação com o futuro desse rio, que se encontra fragilizado.

Assim, Rio de Vozes traz reivindicações originárias de quem as necessita. Não é o usual documentário no qual os realizadores conduzem entrevistas e as editam para construir argumentos de suas opiniões. É, sim, um retrato naturalista da vida e dos pensamentos dos que vivem na região banhada pelo Rio São Francisco.

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Ficha técnica:

Rio de Vozes | 2019 | Brasil | 93 min | Direção: Andrea Santana e Jean-Pierre Duret.

Distribuição: Pandora Filmes.

Onde assistir:
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