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Roman J. Israel (filme)
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Roman J. Israel

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

O drama Roman J. Israel permitiu a oitava indicação de Denzel Washington ao Oscar. O ator interpreta o personagem do título, um advogado com cinquenta e poucos anos que perde o rumo de sua vida quando seu sócio fica hospitalizado em estado vegetativo.

Apesar de Roman conhecer os códigos legais de cor, ele sempre atuou nos bastidores e não tem a mínima experiência prática, o que torna desastrosas suas primeiras atuações em processos penais. Ele consegue um emprego num importante escritório pertencente a George Pierce (Colin Farrell), um ex-aluno e admirador do sócio de Roman. Porém, além de não fazer bem seu trabalho, ele se veste mal, não apresenta a postura adequada e é antipático com os colegas. Prestes a ser demitido, ele resolve usar uma informação privilegiada para ganhar uma recompensa pela captura de um criminoso. Roman, que sempre foi um idealista, defensor dos direitos humanos, enfrentará seu dilema moral.

Direção

Roman J. Israel decepciona quem esperava do diretor e roteirista Dan Gilroy um filme à altura do seu eletrizante O Abutre (Nightcrawler, 2014), sua estreia na função. O personagem principal é interessante, interesse assegurado pela boa interpretação de Denzel Washington, vivendo uma figura que desmistifica os papéis másculos de sua carreira. Mais gordo, com cabelos black power, e fala hesitante, ele transmite insegurança, e convence ao praticar o ato ilegal por puro desespero. Vivendo sozinho, em um bairro pobre de Los Angeles, Roman pega o trem para Santa Monica, onde se hospeda em frente à praia, para se banhar nas águas como uma criança.

Por um lado, como diretor, Gilroy faz um trabalho competente. Comunica as características pessoais e as atitudes de Roman através das imagens, sem precisar recorrer às palavras. Por exemplo, seus hábitos simples são revelados ao mostrá-lo em frente a uma estante repleta de pasta de amendoim Jif, ingrediente para o sanduíche que será sua janta. Ademais, Roman é antiquado, controla os processos do escritório em cartões de cartolina e não através de um sistema de software, e em casa ouve LPs. Por fim, quando vai coletar o dinheiro sujo da recompensa, Gilroy coloca a câmera descendo do alto de um prédio até a calçada onde está Roman, simbolizando sua queda moral.

Roteiro

Enfim, não é a direção que estraga Roman J. Israel, mas, o roteiro, também obra de Gilroy. Enquanto o personagem de Denzel Washington convence, não sentimos o mesmo em relação aos papéis de Colin Farrell e Carmen Ejogo. De fato, é difícil engolir que George Pierce contrataria Roman. Da mesma forma, não acreditamos nos motivos que o fizeram decidir a mantê-lo. Além disso, piores ainda são as situações com Maya Alston (Carmen Ejogo) no seu improvável romance com Roman, e a tentativa de retomada do ativismo social do advogado. Aliás, todas as sequências com Maya e Roman parecem pura perda de tempo.

Tramas que buscam a conscientização do espectador já renderam ótimos filmes. Por exemplo, A Mulher Faz o Homem (Mr. Smith Goes to Washington, 1939), Do Mundo Nada Se Leva (You Can’t Take It With You, 1938), O Sol é Para Todos (To Kill a Mokingbird, 1962). No entanto, por mais que Roman J. Israel possua essa intenção, falha totalmente.


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