Rocky Balboa (filme)
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Rocky Balboa

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O filme Rocky Balboa encerra a saga do lutador de Sylvester Stallone com dignidade.

Na verdade, o sexto filme da franquia era necessário para apagar a decepção de Rocky V, lançado em 1990. Afinal, não seria digno que o icônico boxeador encerrasse sua carreira nas telas com uma briga de rua.

Em suma, dirigido, escrito e protagonizado por Sylvester Stallone, Rocky Balboa constrói uma convincente jornada do herói que parte do fundo do poço e alcança a superação.

Análise

Sob o aspecto visual, o filme expressa o estado atual do lutador aposentado. Quando Rocky desperta, no início da estória, Adrian não está mais ao seu lado na cama, mas somente no porta-retratos em cima do criado-mudo. Então, ele alimenta as duas tartarugas no aquário, deixa comida para os pássaros e vai ao cemitério visitar o túmulo da esposa falecida. Chega então o cunhado Paulie para conversar com ele.  

Dessa forma, essa sequência bem elaborada consegue comunicar, eficientemente, como está Rocky. De fato, ele vive numa casa modesta e se sente solitário, ainda abatido pela morte da mulher.

Logo em seguida, a conversa dele com Paulie indica que Rocky e seu filho, já adulto, não se dão bem. E, outra informação importante surge em seguida: o ex-boxeador se sustenta financeiramente como proprietário de um pequeno restaurante italiano.

Acima de 50

Adicionalmente, o filme mostra como Rocky, aos 50 e poucos anos, vive das memórias do passado. E como não consegue se aproximar do filho, canaliza sua carência afetiva para uma mulher que conheceu no passado e seu filho, um jovem adulto.

Em paralelo, a estória retrata Dixon, o atual campeão dos pesos pesados. Ele acumula um histórico vencedor, mas é criticado por só enfrentar lutadores fracos. Quando a imprensa afirma que ele não se compara a Rocky, o jovem resolve desafiar o veterano para uma luta.

O embate funciona como a chave do roteiro para a virada de Rocky. A volta aos ringues o ajuda a superar a perda de Adrian e a viver o presente. E, também, como argumento concreto para se aproximar do filho que está desmotivado com a vida, pois se acha vítima da sombra da fama do pai.

A luta

Definitivamente, o filme Rocky Balboa faz bem em enfatizar a luta como seu grande pico emocional. Nesse sentido, o embate é longo, e empolgante. E Stallone, como diretor, atualiza a forma de apresentá-la na tela. Eventualemente, em alguns trechos, se deixa influenciar por A Lista de Schindler (1993), de Steven Spielberg. Isso porque coloca alguns trechos em preto e branco, exceto pelo detalhe do vermelho no sangue nos rostos dos lutadores.

O estilo da luta também mudou e há trocas livres de golpes, captando o que fazia Mike Tyson no ringue. Aliás, esse boxeador famoso, que se aposentou um ano antes do lançamento do filme, faz uma aparição breve discutindo com Dixon antes do combate.

E, por fim, Rocky Balboa sela a conclusão da saga de Rocky como um ícone da cultura popular. Por isso, nos créditos finais, estão cenas com pessoas subindo a escadaria de Filadélfia que o personagem tornou famosa. Como podemos conferir, esse ritual, imitando uma cena do primeiro filme da franquia, se tornou rito obrigatório para os turistas.

Posteriormente, Sylvester Stallone voltaria a interpretar Rocky em 2015, como treinador do filho de Apollo, no spin-off Creed, dirigido por Ryan Coogler.  


Ficha técnica:

Rocky Balboa (2006) EUA, 102 min. Dir/Rot: Sylvester Stallone. Elenco: Sylvester Stallone, Antonio Tarver, Milo Ventimiglia, Burt Young, Geraldine Hughes, Tony Burton, A.J. Benza, James Francis Kelly III, Lou DiBella, Mike Tyson.

Assista ao trailer original aqui.

Onde assistir:
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