Rocky V retoma a franquia cinco anos após o auge do personagem principal, quando Rocky derrota o gigante soviético Ivan Drago.
A trama
A estória se inicia imediatamente após essa luta, ainda no ginásio. Rocky sente as consequências das violentas pancadas que sofreu no ringue. Por isso, ele sabe que não tem mais condições de lutar, e, mais para frente, um diagnóstico médico confirma isso. A sua intenção é se aposentar, mas seu cunhado Paulie, mais uma vez, faz uma besteira e provoca a falência da família.
Então, para conseguir dinheiro, Rocky resolve virar treinador. E encontra potencial no jovem Tommy Gun, que se torna seu pupilo. A ascensão é meteórica, mas quando chega ao topo, Tommy dá as costas a Rocky. O público, porém, fica do lado de Rocky e questiona a validade do cinturão de ouro conquistado pelo jovem lutador. O seu empresário, então, o convence a desafiar Rocky.
Decepção
Rocky V foi o primeiro filme da franquia a desapontar nas bilheterias. Mesmo com John G. Avildsen, diretor de Rocky (1976), que retoma o seu posto, depois de três filmes dirigidos por Stallone. Mas o roteiro, de autoria de Stallone, apresenta um defeito fundamental, que é retratar o fim de carreira do seu herói. Desta vez, ele não enfrenta adversários no topo do ranking, mas uma jovem revelação que ainda precisa provar seu valor. A saúde debilitada de Rocky torna esse embate um risco para sua vida. E o glamour do ringue dá lugar a uma briga de rua.
O filme também não convence no drama doméstico de Rocky. O seu filho adolescente sente ciúmes da atenção que o pai dá para Tommy Gun, e briga com ele na noite de Natal. Na verdade, esse conflito parece raso demais para gerar o drama que o filme necessita. E, anos depois, essas cenas se tonariam uma lembrança triste, pois Rocky Jr. é interpretado por Sage Stallone, o filho de Sylvester Stallone que morreria em 2012, aos 36 anos. No ano seguinte, Tommy Morrison, que também fazia seu primeiro filme, no papel de Tommy Gun, viria a falecer também.
Rocky V busca empatia na nostalgia, e insere várias cenas de filmes anteriores durante a estória, e, nos créditos finais, fotos de todos os filmes são apresentados em sequência, ao som da bela canção “The Measure of a Man”, interpretada por Elton John. Porém, o impacto desse recurso não foi suficiente, pelo menos para a época de seu lançamento. Hoje, essas lembranças, mais distanciadas no tempo, conseguem sensibilizar mais.
