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Rogue One: Uma História Star Wars

Avaliação:
10/10

10/10

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Crítica | Ficha técnica

Rogue One: Uma História Star Wars” é o mais eletrizante filme Star Wars

O quarto filme na cronologia da saga Star Wars é o que mais se volta para ação. Com ritmo frenético, “Rogue One: Uma História Star Wars” relata a missão rebelde para roubar os dados da Estrela da Morte, que está em fase de finalização, e que logo depois se transformarão no “McGuffin” de “Guerra nas Estrelas” (Star Wars, 1977).

O filme costura essa premissa inteligentemente para se encaixar com precisão antes do início do episódio IV. E o grande trunfo da história escrita por John Knoll e Gary Whitta, e roteirizada por Chris Weitz e Tony Gilroy, é o de não permitir que o fato de os fãs conhecerem a conclusão afete o interesse pela trama. Mas como não se abriu uma nova trilogia para contar esse recorte da saga, o tempo necessita uma aceleração. Assim, essa necessidade levou a um espetáculo alucinante.

A heroína

Rapidamente, conhecemos a heroína do filme, Jyn Erso (Felicity Jones), em um momento crucial de sua vida. Ainda criança, Jyn presencia o assassinato da mãe (Valene Kane), enquanto seu pai, Galen Erso (Mads Mikkelsen) é sequestrado pelo Império. A menina foge e se refugia em um túnel, de onde o líder oposicionista Saw Guerrera (Forest Whitaker) a resgata. Mais tarde, descobriremos que Saw a treina para combate, porém a abandona quando completa 16 anos. O Império usa Galen como peça chave na construção da poderosa Estrela da Morte, uma arma capaz de destruir planetas inteiros.

Após viver um tempo aprisionada, Jyn ganha a liberdade pelas mãos de Cassian Andor (Diego Luna), um atirador rebelde, que na verdade quer apenas usá-la para chegar até o pai, que ele deve matar. Resta a Jyn conhecer de fato os rebeldes e sua missão, e, principalmente, os motivos que levaram seu pai a se tornar um colaboracionista. Seu momento de epifania significa o início de sua jornada.

Fidelidade

“Rogue One: Uma História Star Wars” consegue trazer para as telas o universo Star Wars de forma bem mais fiel do que nos filmes da primeira trilogia. Como fez J.J. Abrams em “O Despertar da Força” (2015), Gareth Edwards evita o excesso de computação gráfica, um dos grandes erros dos três primeiros episódios, e utiliza efeitos especiais que se aproximam da segunda trilogia. Há, contudo, alguns efeitos visuais deslumbrantes, particularmente aqueles que trazem de volta às telas Peter Cushing (que interpreta Grand Moff Tarkin) e a Princesa Leia (Ingvild Deila). E a preocupação com os detalhes, que evocam memórias nostálgicas nos fãs, surge em abundância. Por exemplo, uma nave decolando e os guardas rebeldes observando, ou o disparo do raio da Estrela da Morte com os empregados do Império se protegendo no canto da tela.

Alguns temas são reforçados. As mulheres sempre foram fortes na saga Star Wars. Amidala/Padmé, Leia, Rey… todas eram bravas e guerreiras. Em “Rogue One”, esse papel cabe a Jyn – é ela que inspira o mocinho Cassian a descobrir seus valores e lutar pela causa certa. Seu mentor, Saw Guerrera, tem o mesmo fim dos outros da série, vide Yoda, Obi Wan Kenobi, Quin-Go Jinn. A morte do mentor é sempre vital para o crescimento do herói ou da heroína.

“Jidaigeki”

George Lucas se inspirou na cultura japonesa para criar Star Wars, notadamente na elaboração do misticismo Jedi, termo oriundo dos filmes “jidaigeki”, os filmes históricos sobre samurais. Essa fonte foi também aproveitada em “Rogue One”. A dupla de guerreiros, o cego Chirrut Imwe (Donnie Yen) e o barbudo Baze Malbus (Wen Jiang), retrata os “ronins”, os samurais que perdem seus postos após o fim do shogunato, o sistema dos senhores feudais que os empregavam.

Os dois estão sem trabalho após a invasão do Império quando surgem na estória. Reforçando a ligação oriental, Chirrut sempre repete um mantra sobre a Força (“Eu tenho a Força, a Força está comigo”). Além de mestres na luta, esses guerreiros colocam a honra acima de qualquer outro valor, e não hesitam em se sacrificar pelo que acreditam. De fato, todos os personagens rebeldes do filme aceitam esse sacrifício de morrer por um bem maior, numa missão claramente kamikaze.

O que ficou de lado, e que pode descontentar os fãs, é o misticismo da Força, quase que ausente em “Rogue One: Uma História Star Wars”. Nenhum dos heróis possui esse dom. São pessoas comuns no papel de guerreiras. O cego Chirrut exprime sua crença na Força, e repete um mantra para que possa senti-la. Mas ele não herdou esse privilégio e nunca poderá ser um Jedi. Bail Organa (Jimmy Smits) chega a mencionar a existência do último Jedi, Obi-Wan Kenobi, mas o único que demonstra a utilização da Força é aquele que optou pelo seu lado sombrio, Darth Vader.

Filme de ação

Apesar de todas essas ligações com o universo Star Wars, “Rogue One: Uma História Star Wars” se destaca por ser um emocionante filme de ação, mesmo para quem desconhece a franquia de George Lucas. Os personagens são cativantes, a trama é simplificada para que a ação transcorra em ritmo frenético. O clímax, com tramas paralelas, utiliza o fator contagem regressiva para estimular a ansiedade do público.

Enfim, tudo isso potencializado de iniciar e encerrar a história em um filme de duas horas, um enredo que deve ser fechado em sua conclusão, porque seus personagens principais não existem em nenhum dos outros filmes da franquia. Com isso, “Rogue One” consegue ser um filme integral, que pode ser apreciado por não seguidores da saga. Ao mesmo tempo, amarra tão bem sua história com o Episódio IV que poderia reordenar essa numeração dos filmes.


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