Além dos filmes da franquia Os Mercenários (The Expendables), este Rota de Fuga (Escape Plan) é outro que reúne os mega astros dos anos 1980 e 1990 Sylvester Stallone e Arnold Scharzenegger.
Na direção de Rota de Fuga está o fraco Mikael Håfström. Apesar disso, Rota de Fuga é superior à série que Stallone lançou para trazer para a tela outros nomes famosos do cinema de ação do fim do século passado. A vantagem principal está no roteiro que explora mais a inteligência do que os músculos dos protagonistas. Aliás, isso até provoca uma boa piada entre os dois astros, que eram vistos como brutamontes no auge de suas carreiras.
No filme, Stallone vive Breslin, um gênio em segurança. Autor de um livro que é referência no assunto, ele tem fugido de várias prisões nos últimos quinze anos, só para provar a vulnerabilidade das instalações. A primeira parte do enredo apresenta Breslin numa dessas ações. Essa fuga engenhosa, descrita de forma ágil, possui um ritmo que o restante do longa não consegue repetir.
Na sede da sua grande empresa de segurança privada, uma mulher que se diz da CIA lhe propõe um contrato de alto valor para ele testar uma prisão considerada inviolável. Lá, ele descobre um local realmente diferenciado, e precisa contar com a ajuda de Rottmayer (Schwarzenegger) para tentar escapar.
Um filme sisudo
Fora a piadinha entre os dois protagonistas, e uma referência ao clássico do cinema de prisão Papillon (1973), de Franklin J. Schaffner, Rota de Fuga mantém um tom sisudo, coerente com o ambiente. Inclusive, o planejamento da fuga transcorre num ritmo cadenciado, caracterizando o processo cerebral de Breslin para observar e elaborar um plano. As duras passagens pela solitária quebram a monotonia, assim com as lutas propositais que Breslin provoca com outros detentos, mas fazem parte da estratégia. Ação mesmo, só na parte final, quando o plano de fuga entra na fase de execução.
Portanto, a dupla Stallone e Schwarzenegger pode atrair um tipo de público errado para Rota de Fuga, que tem mais estratégia que ação. Sem dúvida, se apresenta como um filme mais inteligente. Posto isso, o diretor Håfström parece ignorar tal característica quando inclui um desnecessário flash da personagem da mulher que contrata Breslin quando esta retorna no epílogo, como se desconfiando da capacidade do espectador de se lembrar dela. E, também, nos repetidos trejeitos dos personagens trocando caretas e olhares tolos, até mesmo na hora da morte.
Rota de Fuga gerou duas sequências, ambas dispensáveis.
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Ficha técnica:
Rota de Fuga | Escape Plan | 2013 | 115 min | EUA | Direção: Mikael Håfström | Roteiro: Miles Chapman, Jason Keller | Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Scharzenegger, Jim Caviezel, Faran Tahir, Amy Ryan, Sam Neill, Vincent D’Onofrio, Vinnie Jones, Matt Gerald, 50 Cent, Caitríona Balfe.
