Sanctuary (filme)
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Sanctuary

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

Crítica | Ficha técnica

O que acontece entre quatro paredes deve ficar entre quatro paredes. Sanctuary, segundo longa de Zachary Wigon, mostra que, quando isso não acontece, as coisas podem sair do controle.

É o que acontece com Hal (Christopher Abbott), quando ele tenta encerrar as visitas que recebe de Rebecca (Margaret Qualley), contratada por ele para sessões em que ela assume o papel de dominatrix e ele de vítima oprimida. Disposta a não aceitar esse término, Rebecca ameaça revelar publicamente as humilhações de seu cliente. Para o espectador que não sabe o que acontece nessas relações, o prólogo do filme serve de exemplo didático.

Porém, nesse jogo de atuações, Hal comete o erro de revelar demais o que se passa em sua vida pessoal e profissional. Por isso, Rebecca tenta se aproveitar dele, que está para ser nomeado CEO da empresa da família. Então, faz chantagem, exigindo cada vez um retorno financeiro maior.

Teatral

Sanctuary segue o formato de teatro filmado. São apenas dois personagens em um só cenário (um quarto de hotel luxuoso). A narrativa, assim, se apoia fundamentalmente nos diálogos. Portanto, depende muito do roteiro de Micah Bloomberg. E este não é tão bom. O falatório é abundante e cansativo, pois não traz frases que surpreendem ou que brilham pela sua inteligência. E acabam seguindo mais para a ameaça por parte de Rebecca do que para a sedução, embora esse fator seja de fato o centro da trama. A ideia de exigir mais dinheiro carece de criatividade, e o filme desperdiça a oportunidade de usar o cargo que ela pede como prova de um sentimento mais profundo. Enfim, era tudo por amor, mas o filme não consegue comunicar essa ideia.

Nesse sentido, funciona muito melhor o filme contemporâneo Boa Sorte, Leo Grande (Good Luck to You, Leo Grande, 2022), de Sophie Hyde. Nele, Emma Thompson interpreta uma viúva que contrata pela primeira vez na vida um garoto de programa. Esse encontra gera uma série de situações diferentes, que deixam o filme dinâmico, em meio a diálogos profundos e sagazes. E Sanctuary não consegue entregar essa dinâmica, a trama toda é um exercício de barganha chantagista, até uma inesperada e pouco convincente reviravolta no último minuto. Além disso, os diálogos são fracos.

Direção e atuação

Mas, Zachary Wigon contrapõe esses problemas com uma direção eficiente. Move bastante a câmera, sem o cacoete de deixar a imagem trêmula, e coloca os personagens em extremo close-up. Dessa forma, reproduz esse momento de conflito misturado, quando acerta, com a sedução exercitada por Rebecca. Esta, interpretada com o magnetismo de Margaret Qualley, cresce na tela, transformando-se numa verdadeira dominatrix, dentro e fora de sua representação na história. Ela domina ao fazer o papel para o qual foi contratada e ao exigir suas demandas. Não fosse por essa direção de Zachary Wigon e pela atuação de Margaret Qualley, pouco se salvaria de Sanctuary.  

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Ficha técnica:

Sanctuary | 2022 | 96 min | EUA | Direção: Zachary Wigon | Roteiro: Micah Bloomberg | Elenco: Christopher Abbott, Margaret Qualley.

Onde assistir:
Sanctuary (filme)
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