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Sempre em Frente (filme)
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Sempre em Frente

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

O diretor Mike Mills chega ao seu quarto longa defendendo um cinema caracterizado pelo frescor. Por exemplo, em Toda Forma de Amor (Beginners, 2010), a inovação está na narrativa atemporal. Já Mulheres do Século 20 (20th Century Women, 2016), Mills quebra o paradigma ao colocar personagens narrando não a sua história, mas a de outro personagem. Desta vez, além da fotografia em preto e branco, Sempre em Frente (C’mon C’mon, 2016) apresenta várias entrevistas com crianças e pré-adolescentes entremeadas na trama, muitas vezes deslocando o áudio da imagem. E, também, inserindo flashbacks curtos, nem sempre coincidindo com a narração, e sem respeitar a linearidade temporal.

O radialista Johnny (Joaquin Phoenix) grava essas entrevistas em diferentes cidades nos Estados Unidos. Com as perguntas corretas, consegue extrair depoimentos espontâneos muito profundos de seus entrevistados com pouca idade. São reflexões muito ricas sobre o mundo e o futuro. Não sabemos se integram o roteiro ou registram falas autênticas, mas possuem profundidade e, às vezes, desafiam os pensamentos cerceados dos adultos, como cita uma entrevistada. Acabam, até, roubando a cena e, no frigir dos ovos, representam o que o filme traz de mais forte.

A história

Mas o que move a narrativa é a necessidade repentina de Johnny cuidar do seu sobrinho Jesse (Woody Norman), de nove anos. Eles não se veem há muito tempo, e precisam se reconectar novamente. Viv (Gaby Hoffmann), a irmã de Johnny e mãe de Jesse, viaja para outra cidade para cuidar do marido, que sofre distúrbios mentais. Enquanto a ausência de Viv se prolonga, Johnny se vê cada vez com mais dificuldade de cuidar do garoto cheio de energia que é precoce quanto a observações sagazes, mas também imaturo em relações a birras e necessidade de atenção.

A história não foge do tema da aproximação entre um adulto e uma criança. Exemplos de filmes nessa linha são vários – por exemplo, o inesquecível Cinema Paradiso (1988) e o recente indie Saint Frances (2019). O desfecho é previsível, então, o que importa é como contar o enredo. A direção nunca protocolar de Mike Mills, como explicado acima, conta a favor do filme. Porém, o roteiro perde o fôlego em certos momentos. As situações se repetem e parecem demorar a se desenrolar. Por exemplo, o menino se perde mais de uma vez no filme e os role playscomo órfão são recorrentes.

Sempre em Frente, acima de tudo, é um filme inteligente (as declarações das crianças entrevistadas convidam a reflexões), dirigido com criatividade, mas que não alcança a emoção do espectador como deveria.


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