Sol, de Lô Politi, estreia no Brasil na 45a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, apenas com sessões presenciais nos cinemas de São Paulo (confira datas abaixo).
Já a estreia no circuito comercial deve acontecer no primeiro trimestre de 2022, segundo as distribuidoras, Paris Filmes e Downtown Filmes.
Sol, o segundo longa-metragem de ficção de Lô Politi, é um road movie que traz Rômulo Braga em uma jornada de descoberta e de reconstrução da conexão de um homem com sua própria filha.
Na trama, Rômulo é Theo, um homem que perdeu sua mãe ainda criança pouco tempo depois da separação de seus pais. O pai Theodoro, vivido por Everaldo Pontes, nunca mais procurou o filho e, por 35 anos, Theo viveu como se não tivesse pai.
A história de Sol começa justamente quando Theo, que também é separado e que tem uma filha de dez anos, com quem não se encontra há um ano, recebe a visita desta filha. Duda (Malu Landim) chega para passar férias com o pai, mas os dois estão distantes, desconectados.
Ao ter de fazer uma viagem com Duda para o interior do País em busca do pai prestes a morrer, Theo é confrontado com seus maiores conflitos, mas também tem a chance de finalmente se reaproximar da filha.
É um filme autoral, mas que se comunica com o grande público. “É um tema universal. Todo mundo tem uma história com o pai, com o filho, história de família”, comenta Lô Politi, que define seu longa como um filme sobre desconexão. “A grande história não é a de pai e filho, mas de pai e filha. Ele precisa enfrentar o abandono e desconexão com pai para, ao fim, se reconectar com a filha. Sempre me interessei pela forma como homens lidam com seus sentimentos, seus conflitos e como isso se reflete nas relações com as mulheres, filhas, mães.”, completa Lô Politi.
“É transformador, e redentor, quando a gente consegue se conectar, comunicar com nossos pais, filhos ou com quem amamos. E eu quis falar disso do ponto de vista feminino, mas falando do íntimo de um homem”, explica a diretora. “Como este homem, e tantos outros, sabotam seus sentimentos e a si mesmos, soterrados por convenções ou características masculinas. Que efeito isso tem nas mulheres com quem ele se relaciona?”
Para a produtora Eliane Ferreira, da Muiraquitã Filmes, Sol traz um olhar contemporâneo para as histórias de separações. “É um filme único por sua forma de revelar o que a separação também provoca no homem, que encara também a dificuldade de retomar a própria vida”, analisa a produtora. “E tem a inovação de ser uma mulher olhando o universo masculino. Até pouco tempo, eram homens diretores que contavam histórias de mulheres. E ao final, quem traz a possibilidade de que o homem entre em contato com suas emoções é uma mulher, quer dizer, uma menina”, completa a produtora.
O filme apresenta dois pólos entre pai e filho, duas gerações e dois retratos do homem brasileiro: Theodoro é um homem do Brasil profundo, cujo caráter foi formado em uma sociedade em que homens pouco ou nada expunham de suas emoções, sua intimidade. Calado, imerso no luto e na vergonha e na culpa que sente por ter abandonado o filho depois de se separar de sua mãe, Everaldo esperava que a vergonha fosse passar, mas ela não passa. Nem a culpa. A reconexão com o filho parece impossível.
“Eu conheci muitos homens assim. Meu pai era assim, meu avô era assim. Conversar com essas pessoas era uma tarefa muito difícil. Os animais costumavam se relacionar mais com eles, o cavalo, os cachorros. Esses seres conseguem se relacionar mais com estas pessoas, que vivem no sertão, que moram em casas em cidades onde não há ninguém na rua. É outro tempo. O paradoxo do filme é que, como dizia a Lô, o Theo está igual ao Theodoro e vai revendo sua relação com a filha a partir da figura do pai. De alguma maneira, o pai o ajuda a se reconectar com a Duda”, comenta o ator Everaldo Pontes.
Já Theo é o retrato do homem contemporâneo que, ainda que também tenha crescido em uma sociedade brasileira que ainda reprime as emoções masculinas, encontra um mundo em que o diálogo, a conexão emocional com os filhos é maior. Sua jornada é, mais que se reconciliar com o pai, ser capaz de construir uma relação com sua filha. E a figura de Duda é crucial para que Theo viva esta transformação.
“Eu pensaria até para além dos dois homens nesses conflitos geracionais e incluiria a metáfora do novo, do renascimento, da iluminação. O espírito solar da filha vem pra romper essa estrutura, essa linha de ocorrências, de sintomas, em função da renovação. Pai e filho se alimentam nesse drama. A filha rompe, salva”, comenta Rômulo Braga.
Produção
Filmado no final de 2019, o longa exigiu um planejamento minucioso tanto de Lô Politi quanto da produtora Eliane Ferreira, à frente da Muiraquitã Filmes. Para isso, um desenho de produção enxuto, que aproveitasse o melhor das locações do sertão da Bahia, foi necessário.
“Esse é um filme de baixo orçamento com valor de produção de um filme muito maior. Filmamos em várias cidades, estradas… Equipe reduzida, filme enxuto, mas deu muito certo, com uma equipe jovem e muito competente”, comenta Eliane Ferreira.
Além de trabalhar extensivamente na depuração do roteiro, que mergulhou na essência da trama para ter uma narrativa também enxuta, Lô Politi visitou e estudou as locações, em um processo único de estudo de locação, de criação de um photobook que continha roteiro, sequências fotografadas do filme, estudo de personagens, objetos, entre outros. “Costumo trabalhar muito próxima dos diretores; Lô preparaou muito bem o filme. O photobook do filme, toda esta preparação ajudou muito. E isso era necessário porque, para o cinema independente, se não for assim, não é possível realizar”, explica a produtora.
Isso tudo partiu do orçamento enxuto do filme, mas também possibilitou que Lô encontrasse soluções e fizesse uma preparação muito cuidadosa. “Com este processo, as questões de produção se aperfeiçoaram, o roteiro chegou em sua essência e também ganhou força”, comenta Lô Politi, que visitou as locações com o diretor de fotografia Breno César e a diretora de arte Mariana Hermann para estudar e estruturar minuciosamente a narrativa visual de Sol.
“Tanto eu quanto Breno estávamos na preparação do elenco. Isso é raro porque em geral, nesta fase, o diretor está resolvendo um monte de questões de produção, de locação. A gente fazia cenas juntos, eu e o fotógrafo, para encontrar a relação emocional entre os atores. Começamos o trabalho visitando as locações e investimos muito trabalho nesta fase. O Breno fazia aquecimento com os atores no ensaio. Pulsava junto com eles. Isso tudo foi muito importante. Como é um filme onde muito não é dito, temos que explorar a sutileza do não-dito. Precisávamos encontrar isso. Precisávamos de uma preparação dos atores intensa e tivemos”, relembra Lô.
Com uma preparação robusta, tanto equipe quanto elenco puderam se apropriar ao máximo da história, para, então, dar espaço à criatividade e ao improviso. “Nos preparamos de uma maneira que tínhamos muita segurança no que estávamos fazendo. Houve um improviso muito controlado. O que vem de surpresa é porque acontece e merece ser incorporado”, completa a diretora.
Programação na Mostra Internacional:
27/10/21 – 20:30 – ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – AUGUSTA SALA 1.
28/10/21 – 14:00 – ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – AUGUSTA SALA 3.
30/10/21 – 13:30 – ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – FREI CANECA 5.
Entrevista com Lô Politi
Como surgiu a fagulha para criar Sol, um filme que prima por retratar o relacionamento entre pai, filho, filha, avô, neta?
Tanto o Jonas (primeiro longa da diretora) quanto Sol são filmes sobre o abandono. Eu li um livro que conta a história de um pai e um filho. Fiquei anos com esta história na cabeça e um dia contei para uma amiga sobre ela. Falei que era um livro sobre um filho e um pai, que o avô se conecta com o neto. Ela leu e me disse que o livro era ótimo, mas não tinha nada a ver com a história que eu havia contado pra ela. E reli o livro. Realmente, não tinha nada a ver. Eu tenho uma memória muito ruim. E eu, na verdade, criei uma outra história, que com o tempo foi crescendo na minha cabeça. Um dia me organizei e escrevi esta história, de um filho deixado para trás.
Você disse que é um filme sobre abandono, mas esta é só uma premissa para falar da desconexão do Theo com sua filha, não?
Sim! Mais que uma história de abandono, esta é uma história de desconexão. Theo (Rômulo Braga) se desconectou deste pai que ele odeia, de quem não quer ouvir falar de forma alguma, ele acha que a mãe morreu por causa do abandono do pai. E quando ele recebe a filha, no início da trama, ele está desconectado dela. Ele se separou da mãe dela e está há um ano sem ver a menina. A gente não sabe exatamente o que aconteceu, mas ele também não foi atrás desta filha. E ele já havia sido muito conectado com ela. A gente vê isso nas fotos da parede do apartamento dele. Já houve uma conexão forte entre eles. Há um vínculo muito forte, mas que está perdido neste momento. Eles estão desconectados. Ela gosta dele, mas não queria estar ali. E ele não sabe como se conectar com ela. E, à medida que ele vai chegando perto do pai, apesar de não querer, ele precisa, de alguma maneira, se reconectar com ele para poder se conectar com a filha. A grande história não é a de pai e filho, mas de pai e filha. Ele precisa passar pelo abandono e desconexão com o pai para, ao fim, se reconectar com a filha. Ele precisou passar por tudo isso. A gente acha que está vendo uma história da origem dele, mas, na verdade, ele não está conseguindo se conectar com quem está do lado dele, que é a própria filha. Ele faz com a filha exatamente o que o pai fez com ele.
Apesar da melancolia da história em si, há um final feliz. Theo se conecta com a filha, mas o avô também se conecta com a neta.
Sim. A chegada da neta é uma surpresa. Ele, Theodoro (Everaldo Pontes) não se conecta com o filho, mas sim com a menina. Com o filho, é complicado restabelecer uma relação. Ele mesmo diz que espera que a vergonha passe, mas ela não passa. E o tempo é muito cruel com o amor. Quando, por exemplo, há uma briga, a gente diz que amanhã liga para a pessoa, mas não liga. Passa uma semana, mas não liga. Passa um mês, seis meses, anos… e a vida. E aí não se consegue voltar atrás. Então, esta conexão depois de adulto é complicada.
Mas há uma relação entre pai e filho, ainda que tardia, há um perdão.
Sim. Mas o pai já está quase morrendo. E nesse meio tempo o que o Theo fez foi finalmente abraçar a filha, foi dormir colado na filha. O ciclo finalmente se fecha.
Este é um filme seco do lado de fora dos personagens, mas tenso e emocional para dentro dos personagens. Eles falam pouco. Como foi construir este universo emocional junto com os atores?
Esta foi a maior dificuldade. A gente tinha de construir isso tudo sem que o Theodoro, um personagem que praticamente não fala, dissesse nada. Toda a história dele, da Sol, tudo isso nos gestos, no interior do personagem. Para isso, ensaiamos, construímos situações, trabalhamos o que chamo de temperatura dos personagens, seus gestos, suas palavras, suas dinâmicas. Tudo na sutileza, mas com potência. A gente precisava, mais do que o elenco, de uma ótima preparação. E foi muito incrível este processo. A Amanda Gabriel, que é do Recife e tinha acabado de preparar o elenco de Bacurau quando entrou para o projeto de Sol, é incrível. E eu queria muito ter profissionais do Nordeste, que conhecessem as particularidades da região em que o filme se passa, ainda que as filmagens e a história se passem na Bahia. O fotógrafo do filme, Breno César, também é do Recife.
Ele, Breno César, aliás, também estava durante a preparação, algo que é raro ocorrer. Por quê?
Tanto eu quanto ele estávamos na preparação. Isso é raro porque em geral, nesta fase, o diretor está resolvendo um monte de questões de produção, de locação. Eu fiz, por exemplo, o Photobook do livro, que contém o estudo de locação, de personagens, dos sentimentos e universos dos personagens, justamente para isso. Para poder construir o filme já na preparação. A gente fazia cenas juntos, eu e o fotógrafo, para encontrar a relação emocional entre os atores. Eu e Breno começamos o trabalho visitando as locações e investimos muito trabalho nesta fase. O Breno fazia aquecimento com os atores no ensaio. Isso tudo foi muito importante. Como havia muito pouca coisa dita, precisávamos encontrar a sutileza do não-dito. Precisávamos encontrar isso. Precisamos de uma preparação dos atores intensa e tivemos. Foi ótimo.
Como você compôs e encontrou o seu elenco?
Tudo começou com os testes de elenco, que fazíamos na Bahia, pois também era importante que a atriz que faria a Duda fosse de lá. E então encontramos a Malu Landim que é um achado, uma pérola. Já o Rômulo eu o vi em uma foto em que outro ator, que também está no elenco e faz o advogado, estava ao lado do Rômulo. E na hora eu quis conhecê-lo. E por acaso eu tinha acabado de ver uma série em que ele atuava. E em seguida liguei para ele, conversamos. O Everaldo foi uma sugestão da produtora de elenco do Jonas, Anna Luiza, PA. E Everaldo é incrível. Foi um presente, assim como todo o elenco. Foi tudo muito perfeito. Acontece isso com os filmes. As coisas acabam se encaixando e tudo acontece.
Rômulo também é o protagonista perfeito para ser o Theo, pois é um ator que diz muito sem falar, com um poder de comunicação incrível, não?
Completamente. Queria dar espaço para o silêncio, para o não dito. Escolher um protagonista que fala pouco é duro. Rômulo traz naturalmente uma introspecção que é poderosa. Ele dá ao personagem a natureza dos conflitos internos e a gente entende isso, entende os motivos do personagem. Sem contar que a troca dele com o Everaldo e com a Malu foi incrível. Ele foi estabelecendo uma relação com eles muito interessante, pois também precisava se isolar, para o bem da história, e se aproximava na hora certa. Ele tem uma inteligência muito rara.
É Malu Landim, com sua Duda, quem faz as conexões, na verdade entre pai e filho. O papel dela é também crucial para o filme.
Sim, exatamente. Ela é impressionante, muito talentosa. É Duda quem faz todas as conexões. Ela e Dona Regina (Luciana Souza) são quem faz acontecer. É tudo muito não dito, mas tudo muito claro nesta trama. Mulheres que são o agente provocador da transformação.
Este é um filme de muitos não ditos. Como trabalhou isso?
Trabalhei propositadamente isso. Talvez por isso não seja um filme tão aberto, mas também não é um filme fechado. É um filme que se comunica. Sol tem um final redentor, tem símbolos que todos identificam, como por exemplo a relação com a água. O filho mora de frente para o mar e o pai, de frente para o Rio. O que os conecta também é a presença da água. Há uma redenção do pai ao se deparar com o mar. A presença da água e seu simbolismo surge em pontos-chave da trama.
Sol é um road movie, mas não traz a paisagem de forma turística, mas sim integrada à trama. Como trabalhou este aspecto?
Não queria de forma alguma retratar a paisagem de forma turística ou superficial. Muito por isso quis trabalhar com um fotógrafo que trouxesse este olhar. O Breno César tem origens do sertão profundo de Pernambuco. Então, esta é uma paisagem muito natural para ele, que nunca viu as locações com olhos de uma estética estrangeira. Isso foi muito importante. A Mariana Hermman, diretora de arte, fez uma pesquisa muito profunda no sertão, no recôncavo e em Salvador. Toda a arte, todos os objetos, todos os artistas e artesãos envolvidos, são da Bahia, resultado dessa pesquisa longa e profunda que Mariana fez. A nossa parceria foi espetacular.
A luz é bem construída, mas também muito natural.
Sim, a gente ficou do jeito que tinha de filmar. E a gente fez todo o processo de estudo das locações antes de filmar, viajamos, visitamos os lugares, descobrimos. Este Photobook do filme eu fiz primeiro sozinha, depois voltei com o Breno e a Mariana, e depois voltamos para filmar. Percorremos todas as locações juntos, eu levei o Photobook, desenhava algumas coisas e mostrava para ele. A gente se preparou tanto que, na hora de filmar, pudemos nos despojar de tudo. Estava tudo tão dentro de nós que tudo foi muito natural e deixamos, então, a intuição trazer coisas. A mesma coisa com os atores. A gente ensaiou muito antes para encontrar o tom. Mas quando se chega no set preparado, a gente fica aberto ao que o set nos dá. E é assim que a mágica acontece. Há muitas cenas do filme que foram assim. A direção está também, claro, a serviço desta narrativa.
O roteiro de “Sol” também é enxuto. Como foi o processo de escrita?
O roteiro foi amadurecendo ao longo do processo de trabalho em parceria com outros dois roteiristas que têm personalidades diferentes entre si, mas nosso trabalho foi complementar. No começo, trabalhei com o Felipe Scholl e, em seguida, o Murillo Hauser. Eles são também muito diferentes de mim. A versão final do roteiro, que escrevi sozinha, partiu muito deste processo de trabalho nosso, é fruto disso. É um filme autoral, mas que se comunica com o grande público. “É um tema universal. Todo mundo tem uma história com o pai, com o filho, história de família.
Sinopse
Theo recebe sua filha Duda pela primeira vez após sua separação. Enquanto tenta se reconectar com ela, recebe notícias de seu pai, Theodoro, que o abandonou ainda criança e agora ficou viúvo e quer morrer. Obrigado a viajar com a filha para a remota cidade no interior do País onde vive o pai, Theo se depara com a própria história. Sem ferramentas emocionais para lidar com a situação, ele tenta se livrar da responsabilidade sobre o pai, mas não consegue. Sem alternativa, ele viaja com Theodoro e Duda de volta para casa. A proximidade forçada com o pai ao longo de três dias dentro de um pequeno carro testa todos os limites de Theo, mais ainda quando ele percebe que Theodoro, mesmo sem querer, estabelece com Duda a conexão que ele não consegue. Ao chegarem de volta à cidade de Theo, pai, filho e neta percebem o quanto a viagem misturou e confundiu os sentimentos de cada um, e Theo finalmente encontra forças para confrontar o pai.
Ficha técnica:
Título: SOL
Brasil, ficção, 100min
Direção: Lô Politi
Roteiro: Lô Politi
Produtores: Eliane Ferreira, Pablo Iraola e Lô Politi
Produção Executiva: Eliane Ferreira
Elenco: Rômulo Braga, Everaldo Pontes, Malu Landim, Luciana Souza
Direção de Fotografia: Breno César
Montagem: Helena Maura, AMC
Direção de Arte: Mariana Hermann
Edição de Som: Beto Ferraz
Mixagem: Paulo Gama
Trilha Sonora Original: Guilherme Garbato e Janecy Nascimento
Direção de Produção: Cláudia Reis
Figurino: Teresa Abreu
Maquiagem: Nayara Homem
Som Direto: Ana Luiza Penna
Pós-Produção: Psycho n’ Look
Empresas produtoras: Dramática Filmes, Muiraquitã Filmes
Distribuidora: Paris Filmes e Downtown Filmes
Fonte: material de divulgação do filme “Sol”