Da trilogia iniciada com Star Trek (2009), o terceiro filme, Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond), é o que mais se aproxima de um episódio da série. A trama tem características procedurais e está repleta de ação, em grande parte por causa da mudança do diretor. J.J. Abrams, que fez os dois primeiros filmes, diz nos extras do dvd que a troca foi uma opção criativa. Porém, na verdade, ele já estava trabalhando num projeto monstruoso: Star Wars: O Despertar da Força (2015). Seu substituto, Justin Lin, trazia na bagagem quatro longas da franquia Velozes e Furiosos, o que explica o ritmo ágil do filme desta crítica.
Para quem gosta de ver na tela incríveis projeções do que a tecnologia do futuro poderá criar, Star Trek: Sem Fronteiras apresenta a deslumbrante Yorktown, uma estação espacial avançada construída pela Federação dos Planetas Unidos. Localizada em um setor remoto do espaço, seu objetivo é servir como um centro de intercâmbio cultural e diplomático. As construções futurísticas ainda ganham um trem muito estreito que roda sobre trilhos circulares. Nas calçadas, seres de vários planetas diferentes.
Divididos em pequenas equipes
Desta vez, a USS Enterprise cai numa armadilha ao explorar uma região desconhecida. Um ataque surpresa derruba a espaçonave e a tripulação se segmenta no planeta hostil. Entra aí o interesse de os fãs verem como se portam em duplas as seguintes combinações: Capitão James T. Kirk (Chris Pine) e Chekov (Anton Yelchin); Spock (Zachary Quinto) e Dr. Leonard “Bones” McCoy (Karl Urban); e Uhura (Zoe Saldana) e Sulu (John Cho). Além disso, Scotty (Simon Pegg) conhece um novo personagem, Jaylah (Sofia Boutella), cujas habilidades técnicas se somam para colocarem em funcionamento uma velha nave abandonada.
O ator Simon Pegg assina também como co-roteirista, ao lado de Doug Jung. Sua intervenção, provavelmente, resulta nos momentos mais engraçados do filme, que é mais cômico do que os dois anteriores. A divisão em duplas, por sinal, dá margem para várias piadas oriundas da inusitada química entre esses elementos. Além disso, um outro atrativo é a inserção de equipamentos dos dias atuais na ação, possibilitada pela descoberta da nave abandonada. Entre eles, a moto que Kirk usa para atacar os seres do planeta. Estes são seres que sofreram uma transformação, como o líder Krall (Idris Elba), antes um oficial da Frota Estelar.
Assim, com uma combinação de ação, comédia e elementos inovadores, Star Trek: Sem Fronteiras não desaponta os fãs da franquia, sejam aqueles do tempo da série ou aqueles dessa trilogia da “Linha do Tempo Kelvin”.
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Ficha técnica:
Star Trek: Sem Fronteiras | Star Trek Beyond | 2016 | 122 min | EUA, China | Direção: Justin Lin | Roteiro: Simon Pegg, Doug Jung | Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho, Anton Yelchin, Idris Elba, Sofia Boutella.