Tão Descolada Quanto Eu

Tão Descolada Quanto Eu retrata o amadurecimento da adolescente Lucy Diamond (Sarah Bolger), moradora de uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos. Lucy vive praticamente sozinha com a mãe Lainee (Claire Danes), já que seu pai passa somente quatro ou cinco semanas por ano em casa – Chuck (James Marsden) é lenhador e precisa viajar constantemente. A adolescente canaliza seus interesses em aulas de culinária pela TV, especializando-se para uma futura carreira como chef.

Enquanto Lucy vive suas primeiras experiências sexuais, amadurece também começando a enxergar melhor o relacionamento dos pais. Lainee está constantemente se envolvendo com outros homens em busca de alguém por quem possa trocar seu atual marido. E Chuck inventa as viagens de trabalho para poder continuar a ser livre como se fosse ainda solteiro.

Lucy Diamond

Em dramas familiares como esse, o fundamental recai sobre os personagens e os atores que os interpretam. Lucy Diamond, apesar do nome de celebridade, é um personagem bem construído, possui a dose certa de inocência equilibrada com atrevimento, que justificam seu processo de amadurecimento. Começa sua vivência sexual com seus primeiros beijos, depois parte para as vias de fato se entregando facilmente, tornando-se vítima de coito não consensual. A atriz Sarah Bolger amplia a força da protagonista ao entregar uma interpretação convincente, e por possuir a idade e o aspecto físico perfeitos para o papel. Ela é conhecida como a Mary Tudor da série de TV The Tudors e a Aurora da outra série Once Upon a Time.

Lainee e Chuck, os pais, também se revelam personagens interessantes. Ambos possuem motivos que justificam seus comportamentos. Claire Danes, apesar de esguia e vestindo roupas sensuais, aparenta o envelhecimento que o papel exige, desgastada pela vida sem rumo. James Marsden, apesar de não aparecer muito, como o seu próprio personagem, consegue demonstrar a intensidade necessária que Chuck possui, preocupado somente com si mesmo.

Tão Descolada Quanto Eu, porém, falha ao parecer filme feito para a TV de sinal aberto, Há várias situações de sexo, por exemplo, que são pudicas demais, não apenas por evitar qualquer nudez, mas por serem breves, como se envergonhadas por mostrar esse assunto na tela. Culpa, talvez, do diretor Max Mayer, com currículo curto calcado em trabalhos feitos para a televisão. O bom roteiro de Virginia Korus Spragg baseado no livro de Pete Fromm, por isso, não chega a ser aproveitado em sua máxima potencialidade.