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Ted Bundy: A Confissão Final (filme)
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Ted Bundy: A Confissão Final

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

O serial killer estadunidense Ted Bundy, que provavelmente matou mais de 30 mulheres nos anos 1970, já foi tema de, pelo menos, nove filmes. Ted Bundy: A Confissão Final (No Man of God) talvez seja o melhor deles.  

Quarto longa da diretora Amber Sealey, Ted Bundy: A Confissão Final se baseia em documentos do FBI, gravações e lembranças de Bill Hagmaier, o agente que realizou entrevistas com Ted Bundy na prisão para analisar o seu perfil comportamental. Interpretado aqui por Elijah Wood, da franquia O Senhor dos Anéis, Hagmaier foi um dos primeiros “FBI profilers”, agentes que estudavam os crimes violentos. No papel do serial killer, está Luke Kirby, que fez o humorista Lenny Bruce na série Maravilhosa Sra. Maisel (The Marvelous Mrs. Maisel).

O prólogo do filme já adianta o fim que teve Ted Bundy. O noticiário, como num flash forward, informa que a pena de morte por cadeira elétrica do assassino acaba de ser executada. A data era janeiro de 1989, mas a trama se inicia em 1985, quando Bill Hagmaier inicia seu trabalho como “FBI profiler”. O primeiro encontro entre Hagmaier e Bundy é tenso. Lembra o confronto entre Clarice Starling e Hannibal Lester em O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991), pois em ambos os casos se trata um duelo entre intelectos.

Foco no agente

Ted Bundy: A Confissão Final não cai no sensacionalismo. Principalmente, porque acompanha o ponto de vista do agente, e não do assassino. Portanto, o filme evita reproduzir em imagens os brutais crimes de Bundy. E Hagmaier se mantém fiel à proposta que apresenta ao condenado: estudar o seu perfil para as pesquisas que o FBI pretende montar. Então, ele não tenta arrancar as esperadas confissões sobre os crimes não desvendados, como fizeram outros entrevistadores, e como muitos esperavam. Com isso, Hagmaier ganha a confiança de Bundy, e este até considerava o agente um amigo.

A força do filme se encontra no gradual entendimento de Hagmaier sobre esse psicopata. Nas conversas, ele parece uma pessoa agradável, “normal” como o próprio Bundy diz. O agente se coloca no lugar do assassino, e a cineasta Amber Sealey demonstra isso com habilidade nas cenas em que coloca pequenos trechos que revelam o interesse sexual de Hagmaier por mulheres aleatórias que ele vê por aí. Ou seja, é o mesmo desejo que Bundy sentia, e que qualquer pessoa pode sentir. A diferença está no que fazer com esse desejo. Enquanto a grande maioria simplesmente sublima essa tentação, Bundy parte para uma agressão cuidadosamente planejada.  

Assim, expresso em palavras, essa análise não parece tão interessante. Mas, no filme funciona, pois a narrativa está bem construída. O espectador participa dessa análise, e chega às mesmas conclusões sem que seja necessário que o personagem coloque isso verbalmente.

Exploração

Um outro ponto, não tão explorado, mas também presente no longa, é a crítica ao uso midiático da figura de Ted Bundy como o grande vilão da nação. Assim, o governador da Flórida adianta o prazo da execução na cadeira elétrica para aproveitar o fato para sua candidatura á reeleição. O pastor também usa Bundy para propagar a mensagem de sua Igreja. Por fim, Hagmaier observa com reservas a comemoração da morte de Bundy como se fosse o título de uma Copa do Mundo. Afinal, Hagmaier descobriu, após anos de entrevistas, que o serial killer teve sim uma condenação justa, mas, apesar de tudo, ele era humano. Para ele, não há o que celebrar.

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Ficha técnica:

Ted Bundy: A Confissão Final | No Man of God | 2021 | 1h40 | Estados Unidos | Direção: Amber Sealey | Roteiro: Kit Lesser | Elenco: Elijah Wood, Luke Kirby, Aleksa Palladino, Robert Patrick, W. Earl Brown, Gilbert Owuor.

Onde assistir:
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