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Poster do filme "Terra de Ciganos"
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Terra de Ciganos

Avaliação:
7,5/10

7,5/10

Crítica | Ficha técnica

Terra de Ciganos, de Naji Sidki, encara o documentário com a mesma liberdade do povo cigano que o longa retrata. Transita entre o narrativo, as entrevistas, os registros do cotidiano, o esquete cômico e, acima de tudo, o musical.

Começa com um prólogo filmado como uma história de aventura. A voz em off narra uma lenda, e as crianças na tela dão vida ao relato sobre um grupo de pessoas que vive dentro de uma caverna. Um menino vislumbra uma saída e, assim, surge um povo de nômades, os ciganos. São um povo livre, sem país, sem território. Uma belíssima introdução para o registro que virá a seguir, sempre embalado pela música cigana.

O filme parte de um grande centro urbano, São Paulo, com três ciganas tentando ganhar o sustento lendo a mão das pessoas. Enquanto a câmera capta esse movimento, a narração delas mesmas conta como é difícil sobreviver mantendo a tradição. Segundo elas, muitos ciganos já vivem em casas, e não em tradicionais acampamentos temporários.

Rico em locações, Terra de Ciganos percorre o Brasil, encontrando diferentes grupos de ciganos. A cultura dos ancestrais, contam alguns deles, corre o risco de sumir, pois muitos jovens já não falam os idiomas que lhe são tão valiosos, pois só eles podem aprendê-los – até como uma forma de proteção. Por isso, nem todos os diálogos ou letras de músicas recebem legendas no filme. Por outro lado, o documentário registra muitos costumes ainda mantidos, como as festas de casamento.

Encenação e muita música

De uma maneira espantosa, os próprios ciganos encenam esquetes para apresentar esses costumes. Alguns são cômicos, como o trecho que caracteriza a habilidade deles para a negociação. Outros são dramáticos, como o grupo de andarilhos pela vegetação seca que pede ajuda aos proprietários de terra, mas estes os ignoram. Como contraponto, os ciganos se ajudam muito, mesmo pertencendo a bandos diferentes. Vale dizer que, nessas encenações, o que mais importa é a aproximação com a autenticidade, pois são eles próprios os atores, e não a excelência da interpretação.

Mas, é inegável que os trechos musicais se destacam como os melhores de Terra de Ciganos. Em grande parte, pelas belas composições que possuem melodias contagiantes que ganham ainda mais valor quando cantadas no idioma original.  O diretor Naji Sidki vai além na liberdade de filmar esses momentos. Não se restringe a captar os músicos em apresentações ao vivo, em locações ou em estúdio. Mais que isso, constrói vários videoclipes que recheiam o filme entre os demais segmentos, o que resulta numa experiência diversificada para o espectador, que nunca consegue antever o que virá em seguida.

Terra de Ciganos percorre o Brasil, com vários personagens, diversas locações e muita música. Dessa forma, traduz na tela o espírito livre, nômade e musical do povo cigano.

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Ficha técnica:

Terra de Ciganos | 2024 | 90 min. | Brasil | Direção: Naji Sidki.

Distribuição: Pandora Filmes.

O filme Terra de Ciganos está na programação do festival In-Edit Brasil 2024.

Assista ao trailer aqui.

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Cena do filme "Terra de Ciganos"
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