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Terra Selvagem (filme)
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Terra Selvagem

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Terra Selvagem é o segundo filme dirigido por Taylor Sheridan. Sua estreia, com o terror Vile (2011), não teve grande repercussão. Na verdade, seu nome começou a ganhar prestígio como roteirista, quando escreveu Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, 2015), que Denis Villeneuve dirigiu.

E, foi com essa bagagem que Sheridan embarcou em Terra Selvagem, assumindo o roteiro e a direção. Esse filme se aproxima de Sicario: Terra de Ninguém, por conta do protagonismo de uma agente do FBI ainda sem as malícias que o cargo demanda. Enquanto a Kate do longa anterior vomita de nervoso ao ver os cadáveres de uma chacina, aqui Jane Banner (Elizabeth Olsen) não se sente à vontade para se apresentar com a autoridade necessária à instituição que representa. Por isso, quando Jane grita “FBI!”, ninguém se intimida.

Então, na isolada reserva indígena de uma gélida Wyoming, Jane aparece como uma pessoa indefesa, à mercê das durezas da natureza e das pessoas da região. No entanto, ela está determinada a resolver o caso que deve investigar, envolvendo um homicídio com estupro de uma jovem índia. Para isso, conta com a inesperada mentoria de um experiente caçador local. Ele, Cory Lambert (Jeremy Renner), possui motivos pessoais para ajudar na investigação, pois perdeu uma filha adolescente em condições suspeitas.

Cory é o oposto de Jane. Aliás, ele parece mais preparado do que os próprios policiais locais. Letal, impiedoso, esse personagem vivido por Jeremy Renner lembra o James Bond de Daniel Craig – até fisicamente, com perdão aos fãs dos respectivos atores que certamente defenderão que eles são muito diferentes. Essa infalibilidade se justifica no roteiro. Afinal, Cory cresceu nessas duras condições, portanto conhece a região perfeitamente, e sabe como sobreviver às situações extremas que a natureza do local impõe.

Crime hediondo

Sob certo aspecto, a paisagem gélida de uma região pouco habitada, os corpos de vítimas brutalizadas e a investigação policial remetem à primeira temporada da série True Detective. Principalmente, por conta da trilha sonora. Na série de Nic Pizzolatto, as canções de Leonard Cohen aprofundavam o tom sombrio da história. Já neste filme isso fica por conta de Nick Cave e Warren Ellis.

Em certo momento, Taylor Sheridan resolve acelerar a resolução, e apresenta o crime num flashback desconcertante. Através de um corte disfarçado, o espectador não percebe de imediato que se trata de um flashback. Então, logo se choca ao se deparar com os eventos que levaram ao crime hediondo do estupro coletivo.

O roteiro de Sheridan coloca o ambiente como modificador do comportamento humano. Por um lado, as condições naturais elevam a capacidade de Cory para sobreviver nesse local inóspito. Por outro, deturpa a moral dos funcionários temporariamente transferidos para essa região isolada. No entanto, sem apresentar isso como justificativa para os atos bestiais. De fato, o caçador desiste de atirar na leoa e nos seus filhotes, que matam para se alimentar, para perseguir o predador que fez o mal só para saciar seus desejos. Por fim, Cory prepara para que a própria natureza elimine esse ser escroto.

Terra Selvagem envolve o público logo de cara com o cenário isolado e impiedoso de sua história. Mantém o tom até resolver a trama rapidamente, sem permitir que a tensão se afrouxe. Dessa forma, Taylor Sheridan prova que tem condições de assumir, também, a direção de seus roteiros.


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