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The Decline of Western Civilization
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The Decline of Western Civilization

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O celebrado documentário The Decline of Western Civilization de Penelope Spheeris revela para o público em geral um retrato autêntico da cena punk de Los Angeles no início da década de 1980.

As bandas

Para isso, o filme mostra trechos de shows e entrevistas com sete bandas punks: Alice Bag Band, Black Flag, Catholic Discipline, Circle Jerks, Fear, The Germs e X. As apresentações acontecem nos poucos lugares que os aceitavam, como Fletwood, Club 88, Hong Kong Cafe e Cherrywood Studios. Afinal, os shows punks estavam banidos de muitos lugares porque o público muitas vezes extrapolava o “pogo dance” e partia para a violência de fato.

Penelope Spheeris traz essa agressividade do público e das bandas para dentro do filme. Nesse sentido, ela usa cortes rápidos, zooms, movimentos de chicote da câmera e alguns planos em close bem fechados. Adicionalmente, em muitos trechos, a câmera está no meio da plateia. Enquanto isso, as entrevistas ela filma nos ambientes em que os músicos vivem. E ela fica atrás da câmera, de onde ouvimos as perguntas que a diretora faz a eles, sem aparecer no filme. Aliás, esse posicionamento lembra o documentarista brasileiro Eduardo Coutinho. Tal como ele, Spheeris consegue a proeza de arrancar depoimentos sinceros e espontâneos dos entrevistados.

Retrato próximo

Por outro lado, diferente de uma reportagem para a televisão, a diretora não constrói um retrato distanciado do seu objeto. Os integrantes das bandas, tão agressivos nos palcos, conversam com ela sem intimidar nem se sentirem intimidados. Essencialmente, é assim que The Decline of Western Civilization se destaca, levando um retrato se preconceitos ao público alheio a esse ambiente punk.

Adicionalmente, Spheeris entrevista também punks que não são músicos, num cenário com aspecto frio como de um hospital, sem cores. Lá se alternam os depoimentos que reafirmam o que os músicos falaram.

De fato, a surpresa para muitos é que esses jovens punks fazem um discurso coerente. A cena punk de Los Angeles não possui os motivos políticos da cena londrina, que nasceu da precariedade financeira. Em L.A., os punks revelam o desapontamento da geração pós-flower power. Não à toa, os depoimentos citam os hippies como inimigos, porque a visão otimista deles não cabe no niilismo punk. Por isso, alguns confessam a carência afetiva que sentem diante do distanciamento dos pais que se concentram em atingir objetivos materiais.

Por fim, a escolha das bandas que entraram em The Decline of Western Civilization ratifica esse pensamento anti-establishment. Nenhuma delas fez sucesso. E tampouco os seus músicos – e por isso todos se mantêm coerentes com o discurso de não buscarem a fama. Quanto mais nos distanciamos no tempo, mais esse documentário ganha relevância como material de estudo de comportamento coletivo.


The Decline of Western Civilization
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