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O Chalé (filme)
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O Chalé

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

O Chalé sustenta a tensão no terror sobrenatural e no psicológico.

A trama

Seis meses depois da inesperada morte da mãe, Aiden e Mia conhecem Grace, a jovem namorada do pai, quando viajam para uma cabana isolada para passarem juntos o natal. Está programado de Grace passar alguns dias com as crianças, para que se conheçam melhor, enquanto o pai retorna para a cidade para trabalhar. Na verdade, essa ideia, que tem poucas chances de dar certo, é a mesma premissa de outro filme de terror lançado recentemente, chamado Dreamkatcher (2020), que é bem inferior a O Chalé.

Enfim, a cabana, que pertence à família, possui vários quadros com figuras santas e crucifixos que incomodam Grace. Afinal, quando criança, ela foi a única sobrevivente de uma seita religiosa que levou ao suicídio coletivo de seus seguidores. E esse trauma do passado ainda a afeta, e seu estado emocional frágil se desestabiliza no isolamento na cabana diante de uma nevasca. Como resultado, acontecimentos estranhos a levam até a duvidar se ela e as crianças estão vivas ou mortas.

A direção de Severin Fiala e Veronika Franz

Aqui, a dupla de diretores Severin Fiala e Veronika Franz revisita o tema da maternidade que foi trabalhado no filme anterior deles, Boa Noite, Mamãe (2014). Desta vez, não há dúvidas que Grace não é a mãe das crianças, e a questão se concentra em testar se ela tem lugar na família como uma madrasta. Eis que vem à tona o quanto as crianças também podem ser más.

Por um lado, O Chalé surpreende o espectador nas cenas da morte da mãe das crianças e na reviravolta da trama. Assim, transita do terror sobrenatural para o psicológico, deixando tênue essa linha, como em O Iluminado (1980). Aliás, o filme de Stanley Kubrick parece ter influenciado muito a dupla Fiala e Franz em O Chalé. A começar pelo cenário onde surge o terror, um local afastado no meio da floresta isolado pela neve. Adicionalmente, por construir o suspense a partir de partes comuns de um imóvel. Os corredores, os quartos vazios, a casa de bonecas etc., parecem assustadores sob as lentes desses diretores.  Nesse sentido, a câmera torna esses espaços maiores do que realmente são, alongando o plano, e, em alguns casos, em posição de plongée, de cima para baixo.

Análises finais

Adicionalmente, temos outro exemplo da habilidade dos diretores. O filme trabalha a ansiedade das crianças, e, também do espectador, ao mostrar o rosto de Grace somente após 20 minutos do início. Na cena, as crianças estão dentro do carro do pai. E, a princípio, não conseguem vê-la direito através do vidro embaçado. Grace, então, se senta no banco do passageiro e, só quando ela se vira para trás, Adrian e Mia conhecem finalmente a futura madrasta.

Por fim, na conclusão de O Chalé, a opção da elipse representa uma escolha elegante. Afinal, não haveria necessidade de mostrar graficamente, talvez com uma dose de violência nunca usada durante todo o filme, um desfecho que já está explicitamente definido.

O suspense envolvente de O Chalé e sua reviravolta na trama o qualificam como um ótimo filme que merece ser visto. De preferência, nos cinemas.


O Chalé (filme)
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