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Tove (filme)
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A Vida de Tove Jansson

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

A Vida de Tove Jansson (Tove) revela a história da artista que criou os livros infantis da Família Mumin.

E sua vida rende um interessante relato. Para começar, ela nunca ficou muito satisfeita por ter obtido sucesso com suas obras infantis. Afinal, para Tove Jansson, os Mumins eram apenas um trabalho necessário para seu sustento. E, na verdade, ela acreditava que suas pinturas eram de fato suas criações genuinamente artísticas. Tal qual pensava seu pai, com quem sempre teve problemas de relacionamento, pois ele exigia dela obras à altura do talento dela. Somente após seu falecimento é que Tove descobre que ele torcia pelo sucesso dela, como comprovam os recortes de notícia e as tiras de quadrinhos de sua autoria publicadas em jornais.

Antes disso, o filme A Vida de Tove Jansson se inicia com a protagonista caminhando pelas ruas de Helsinki, na Finlândia, em 1944, em meio aos escombros da Segunda Guerra. Enquanto isso, ouvimos a voz dela narrando uma de suas estórias infantis. Logo em seguida, acompanhamos sua trajetória, a partir do momento em que sai de casa para viver sozinha.

Similarmente à sua carreira, Tove também enfrenta dilemas na sua vida pessoal. Após sair de casa, ela se envolve com um homem que mantinha um casamento livre. Analogamente, ele representa os seus desenhos infantis. Em outras palavras, ele lhe dá companhia, e sexo, mas a paixão verdadeira de Tove nasce quando ela conhece Vivica Bandler, a filha do prefeito. Apesar de casada, Vivica mantém várias amantes mulheres, e Tove se torna uma delas. Porém, para Tove, Vivica significa muito mais, e será o amor da vida dela que ela nunca conquistou plenamente. Ou seja, Vivica representa a pintura, a arte mais valorizada por Tove, pela qual ela nunca foi reconhecida.

Momentos cruciais

E há dois momentos cruciais na vida de Tove Jansson belamente representados no filme.

Primeiro, quando seu amante finalmente termina o casamento dele e propõe se casar com Tove. Após começarem a noite celebrando, logo o homem cai no sofá bêbado e ela fica dançando sozinha ao som de um jazz nervoso. Então, o contraste das duas figuras na tela, Tove dançando animada e o futuro marido dormindo embriagado, serve para evidenciar para ela que sua paixão não está nesse casamento que foi proposto. Da mesma forma que seus desenhos, essa união pode lhe dar segurança financeira, mas Tove se permite aceitar apenas as criações infantis para esse fim.

Além disso, a outra bela cena é aquela em que o vento entra pela janela do apartamento de Tove. Assim, joga no chão todos os seus desenhos dos Mumins. E isso acontece logo após ela descobrir que o pai torcia pelo sucesso dela. Então, em paz com essa antiga mágoa, na sequência, a vemos se dedicando à pintura. E, no campo amoroso, se entregando a uma nova relação com uma outra mulher.

Enfim, essa história consegue extrair os pontos mais interessantes da vida de Tove Janssen. E, a cineasta Zaida Bergroth, em seu quinto longa, apresenta uma direção inspirada, que mescla trechos de reconstituição dos fatos com outros simbólicos. Adicionalmente, conta com uma interpretação generosa de Alma Pöysti, que se entrega a um papel de uma artista que já esteve presente antes em sua carreira, pois ela dublou a voz de um dos personagens Mumins da animação Muumit Rivieralla em 2014.

Sem medo de contar uma história adulta sobre uma artista que criou obras infantis, A Vida de Tove Jansson constrói uma inteligente analogia entre os dilemas de sua vida pessoal e profissional.


Tove (filme)
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