“Trolls” é “Moulin Rouge” para crianças
“Trolls” consegue conquistar os pequenos espectadores devido a sua trilha sonora vibrante, formada por um playlist de canções pop de sucesso ou especialmente escritas para o filme. O repertório inclui desde “The Sound of Silence”, da dupla dos anos 1960 Simon & Garfunkel, até a inédita “Can’t Stop the Feeling”, de Justin Timberlake, que é o dublador original do protagonista Branch.
Além da boa seleção de canções, a animação da Dreamworks (que produziu “Shrek”) traz um talentoso elenco de atores-cantores, encabeçado por Timberlake e Anna Kendrick, esta no papel de Poppy. Kendrick já comprovou seu talento musical em “Caminhos da Floresta” (Into the Woods, 2014) e nas duas partes de “A Escolha Perfeita” (Pitch Perfect, 2012/2015), e aqui se destaca cantando o sucesso de Simon & Garfunkel – e felizmente sua voz foi mantida na versão dublada do filme. O inglês James Corden, que também atuou em “Caminhos da Floresta”, é outro excelente cantor, presente na pele de Biggie. “Trolls” conta ainda com Zooey Deschanel, Russell Brand, Gwen Stefani e John Cleese como dubladores da versão legendada.
A história
Essa animação em formato musical conta a história dos trolls, que vivem tranquilamente depois que o rei derrotou os inimigos Bergens, que desejam devorá-los. Agora, a filha dele, Poppy, está no comando, mas só se preocupa em festejar e cantar o tempo todo. Já Branch é um jovem troll que não entra nesse clima e sempre alerta a líder que os Bergens ainda são uma ameaça. Eis que, após uma barulhenta festa, um deles descobre o lar dos trolls. Assim, Poppy agora precisa resgatar os amigos que foram capturados pelos inimigos.
O filme traz a mensagem de que todos devem curtir a vida, apesar dos problemas passados, e essa é a transformação que acontece com Branch. Porém, alerta também para o necessário amadurecimento, que é o que necessita Poppy, que aprende a ser mais responsável. Adicionalmente, “Trolls” também passa um apelo à paz, ao mostrar aos Bergens que eles podem conviver com os pequenos trolls.
A animação trabalha fortemente as cores, ainda que de forma bem óbvia. Por exemplo, Branch, que se fechou após uma má experiência em sua infância, possui cor acinzentada, mas recupera suas cores quando consegue sua redenção. O toque mais original da produção, porém, está nas texturas que conseguiram representar nos desenhos, construindo seres felpudos, como se os trolls fossem fabricados com feltro.
Contudo, o ponto mais forte de “Trolls” é mesmo a música. Aliás, a utilização de canções conhecidas para contar a estória e para substituir os diálogos o aproxima de “Moulin Rouge” (2001), o criativo musical de Baz Luhrmann.
Ficha técnica:
Trolls (Trolls, 2016) 92 min. Dir: Walt Dohrn, Mike Mitchell. Rot: Jonathan Aibel & Glen Berger. Com Anna Kendrick, Justin Timberlake, Zooey Deschanel, Christopher Mintz-Plasse, Christine Baranski, Russell Brand, Gwen Stefani, John Cleese, James Corden, Jeffrey Tambor.