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Poster de "Tudo Que Imaginamos Como Luz"
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Tudo Que Imaginamos Como Luz

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Tudo Que Imaginamos Como Luz, segundo longa da diretora Payal Kapadia, nascida em Mumbai, venceu o grande prêmio do júri em Cannes. E, agora, estreia no Brasil dentro da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

A cidade

O filme começa muito próximo de um documentário, com narrações de pessoas que saíram de suas vilas para morar na grande cidade de Bombaim (hoje oficialmente chamada de Mumbai). O que elas contam aconteceu com a maioria dos que realizaram o mesmo trajeto. Partiram com a esperança de um trabalho melhor e acabaram num subemprego. Essa introdução prepara o espectador para a abordagem naturalista que ele está por assistir.

O enredo acompanha três enfermeiras de idades diferentes que trabalham no mesmo hospital. A mais jovem, Anu, tem 23 anos, e está começando um relacionamento com um rapaz muçulmano. Sua colega Prabha, com quem divide o apartamento, está na casa dos 30, e sente falta do marido que saiu de casa para trabalhar na Alemanha. Por fim, completa o trio Parvaty, que, aos 50 e pouco anos, é despejada do lugar onde mora, pois o prédio dará lugar a um empreendimento imobiliário novo.

A espevitada Anu protagoniza as cenas mais engraçadas do filme, que exploram seu jeito avoado e sua indisfarçável vontade de namorar. Aliás, este filme traz cenas de beijo e sexo, incomum no cinema indiano tradicional. Mas, em relação a isso, é a sisuda Prabha que encena o momento mais marcante do longa. Sentindo falta do marido ausente, ela se excita com a máquina de arroz (que ele envia a ela sem nenhum bilhete), colocando-a entre as suas pernas. Um colega médico a corteja, mas ela se mantém fiel no casamento.

A rotina do trabalho no hospital preenche o filme, preocupado em manter o viés naturalista. Assim, nada de especial atrai atenção – a intenção é mesmo retratar a realidade dura da cidade. A trilha musical, que costuma ser um dos destaques nos filmes indianos, aqui atrapalha, pois não se adequam ao tom das cenas.

A aldeia

No terço final, Tudo Que Imaginamos Como Luz ganha uma dose de encanto quando Anu e Prabha acompanham Parvaty na sua viagem de volta à sua aldeia natal. Como essa senhora não conseguiu resolver a questão da sua moradia, preferiu retornar às suas origens assumindo um emprego que um amigo lhe ofereceu. O local é uma vila de pescadores. Longe da multidão de Mumbai, Anu finalmente pode celebrar seu amor com o namorado. Prabha, por sua vez, vê seu trabalho ganhar uma relevância ímpar ao salvar um homem do afogamento.

A cineasta Payal Kapadia parece, assim, valorizar a vida nas aldeias, contrastando-a com a tumultuada e ingrata existência nas grandes cidades.  

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Ficha técnica:

Tudo Que Imaginamos Como Luz | All We Imagine As Light | 2024 | 115 min. | França, Índia, Holanda, Luxemburgo | Direção: Payal Kapadia | Roteiro: Payal Kapadia | Elenco: Kani Kusruti, Divya Prabha, Chhaya Kadam, Hridhu Haroon, Azees Nedumangad.

Onde assistir:
Cena de "Tudo Que Imaginamos Como Luz"
Cena de "Tudo Que Imaginamos Como Luz"
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