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Último Alvo

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Último Alvo (Absolution) prova que o setentão Liam Neeson ainda pode atuar em filmes de ação, nos quais se especializou a partir do sucesso de Busca Implacável (Taken, 2008). Mas, desde que os adequando à sua idade. É o que acontece desta vez, ao interpretar Thug, um ex-boxeador que depois virou gangster de segunda linha, sempre subordinado ao seu chefe Charlie (Ron Perlman), que quer que o seu filho aprenda com Thug os macetes do serviço, mas o rapaz é um cabeça dura.

Na verdade, Thug tem problemas maiores a enfrentar. As constantes concussões que sofreu no boxe e na infância causaram danos irreversíveis no seu cérebro. Quando recebe o diagnóstico de encefalopatia traumática crônica em estágio avançado, decide usar o tempo que lhe resta para reconectar a sua relação com seus dois filhos.

Porém, depois de tantos anos afastado, Thug aparece de surpresa na casa da filha Daisy (Frankie Shaw) e ela recusa sua aproximação. Quanto ao seu outro filho, ele descobre que está morto há dois anos. Então, só lhe resta forçar uma reconciliação com Daisy e uma conexão com seu neto Dre, que já está na pré-adolescência. Lembrar-se do garoto, aliás, o evita de se suicidar (uma menina no carro ao lado lhe traz essa conexão). Nesse processo de absolvição a si mesmo, Thug conta com a inesperada ajuda de uma mulher com quem ele inicia um relacionamento (interpretada por Yolonda Ross).

Roteiro ruim que a direção consegue salvar

No campo profissional, além de se incomodar com o filho de Charlie, Thug repudia a ideia de fazer parte de um tráfico de mulheres para prostituição (o que, pelo jeito, é um crime inédito em sua carreira). Para piorar, se torna vítima de uma tentativa de assassinato. Essas questões do tráfico e do assassinato estão meio que jogadas no roteiro, sem nenhuma motivação que as justifiquem apropriadamente.

O roteiro, na verdade, é bem fraco. Não traz novidades e ainda tem essas pontas soltas. Ainda bem que a transposição para as telas coube a um diretor experiente, o norueguês Hans Petter Moland. Ele que, depois de rodar um filme de vingança com cara de Liam Neeson – O Cidadão do Ano (Kraftidioten, 2014), acabou por ser o diretor da sua refilmagem, Vingança a Sangue-Frio (Cold Pursuit, 2019), estrelado pelo próprio Neeson.

E o que Último Alvo apresenta de positivo, junto com a sólida interpretação do veterano ator, são as cenas que fogem do convencional. As principais delas correspondem às alucinações de Thug, resultado de sua mal resolvida relação com o pai. São momentos muito viajantes, com Thug em sua cama ou em seu sofá flutuando no oceano como se estivesse num barco. Fora esses instantes delirantes, há também a sensibilidade com que o diretor retrata os últimos momentos da vida do protagonista, a partir da luz do amanhecer que entra pela janela da sua casa.

Com um mau roteiro salvo pela direção, Último Alvo ainda veste bem a figura heroica de Liam Neeson sem forçar a barra. Neeson não mais corre e salta atrás de bandidos, mas seu soco ainda é poderoso.

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Ficha técnica:

Último Alvo | Absolution | 2024 | EUA | 112 min. | Direção: Hans Petter Moland | Roteiro: Tony Gayton | Elenco: Liam Neeson, Ron Perlman, Frankie Shaw, Terrence Pulliam, Yolonda Ross, Brian A. White, Kate Avallone, Deanna Tarraza.

Distribuição: Imagem Filmes.

Trailer:

Onde assistir:
Liam Neeson em "Último Alvo"
Liam Neeson em "Último Alvo"
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