“Um Cão Andaluz” é a contundente estreia do diretor espanhol Luis Buñuel, filmado em colaboração com Salvador Dalí. Suas imagens além da realidade abriram as portas para o grupo dos Surrealistas, liderado pelo poeta André Breton.
O objetivo de Buñuel e Dalí era confrontar a racionalidade dos vanguardistas, porque as obras avant-garde eram criadas exclusivamente a partir da técnica. As sequências de “Um Cão Andaluz”, pelo contrário, tocavam a sensibilidade dos espectadores. Em oposição aos filmes realizados na época, esse curta-metragem quebra a lógica das montagens justapostas. Assim, as cenas que se sucedem nele podem ser interpretadas de variadas formas, de acordo com a mente de cada pessoa que o assiste.
De fato, o filme desfila imagens que provocam o espectador ao apresentar situações completamente fora do comum. Além do famoso close-up da navalha cortando um olho, há também formigas saindo de um buraco em uma mão humana, cavalos mortos dentro de pianos sendo puxados por um homem com duas pessoas amarradas na corda, a mão caída na rua, e tantas outras. Há até nudez quando o homem imagina a mulher sem roupa enquanto acaricia seus seios.
Produzido na França, com 16 minutos de duração, em preto e branco, e mudo, “Um Cão Andaluz” continua provocativo nos dias de hoje.
Ficha técnica:
Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou, 1929) França, 16 min. Dir: Luis Buñuel. Rot: Salvador Dalí, Luis Buñuel. Elenco: Simone Mareuil, Pierre Batcheff, Robert Hommet, Marval, Fano Messan, Jaume Miravitles.
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