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Star Wars: A Ascensão Skywalker
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Star Wars: A Ascensão Skywalker

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Em Star Wars: A Ascenção Skywalker, J.J. Abrams retoma o comando da franquia Star Wars, para tentar repetir o brilhantismo de Star Wars: O Despertar da Força (2015) que se perdeu em Star Wars: Os Últimos Jedi (2017). Mas o desafio de Abrams era enorme. Primeiro, porque não podia usar sua estratégia de tomar um filme como base e adaptá-lo em um novo roteiro, como fez no filme de 2015, claramente apoiado em Star Wars: Uma Nova Esperança (1977). E, segundo, porque o diretor e roteirista Rian Johnson tomou liberdades demais no filme anterior, e como Abrams precisa trabalhar a partir da última aventura, não há como ignorá-la.

E Abrams consegue resolver a questão de Luke Skywalker, que desagradou por soar muito covarde no filme anterior. Skywalker admitirá que estava com medo e essa última parte da saga Star Wars aproveita para humanizar esse herói e resgatar seu papel como mentor de Rey.

Rey não desistiu de treinar e está cada vez mais poderosa. Por outro lado, o imperador Palpatine está de volta, preparando uma frota devastadora para dominar de vez o universo. E Kylo Ren recebe a missão de destruir Rey, para que ela não se torne um obstáculo para os planos do Império.

Cenas de ação

Star Wars: A Ascenção Skywalker está recheado de cenas de ação, certamente empolgantes nas manobras acrobáticas de Rey, mas menos nos combates de energia, onde os personagens nem se mexem, e somente empostam a mão para lançar seus poderes. No cinema, o primeiro filme da Marvel com seu super-herói Thor já havia provado que esse tipo de ação não empolga o público. Pena que, com isso há menos duelos de sabre de luz, que seguramente são muito mais emocionantes.

A dose de humor em Star Wars: A Ascenção Skywalker é direcionada para quem segue a saga, como a frase “Eu sei”, dita por um personagem das antigas. C3PO protagoniza a maior parte das piadas, com uma participação importante na trama e ao lado de um novo robô amigo.

O roteiro desagrada os fãs ao tomar algumas liberdades que contradizem a mitologia da franquia, como permitir que jedis que já morreram interfiram fisicamente na ação. Na trilogia original, eles apareciam como mentores, mas não conseguiam mover objetos. Em relação aos jedis, Abrams prefere ignorar a parte final do filme de Rian Johnson, que indicava que qualquer pessoa poderia ser um jedi. Abrams fica mais próximo de George Lucas que pregava nos filmes da saga que ele escreveu que a Força pode ser mais forte em certas pessoas. Em Star Wars: A Ascenção Skywalker, há a indicação de que mais um dos protagonistas pode ter a Força.

Computação gráfica

A facilidade de criação com computação gráfica prejudica alguns filmes porque o diretor cai na armadilha de acreditar que mais é melhor. Aqui, a quantidade de naves do Império é muito exagerada, e até dificulta acreditarmos que essa imensa frota possa ser derrotada. Então, para contrapor, uma ainda mais absurda quantidade de naves surge para ajudar os rebeldes, numa sequência que lembra muito Dunkirk. No primeiro filme produzido por George Lucas, uma só estação de batalha do Império era suficiente para representar o poder do Império. Era desnecessário multiplicá-la.

Star Wars: A Ascenção Skywalker insiste em brincar com o público sobre a morte de algum personagem importante, para depois desmentir a perda. Faz isso três vezes e não devia ter feito nenhuma. Na terceira vez, em uma sequência que parece inteira equivocada, e que inclui até uma concessão romântica desnecessária.

Mas há acertos em Star Wars: A Ascenção Skywalker, e nos pontos principais. A presença de Palpatine e a origem de Rey soam consistentes, e se isso falhasse o filme seria um desastre, pois é o que esteve em aberto desde o primeiro filme dessa trilogia final. O destino de Kylo Ren também agrada, apesar de que poderia ter concluído um pouco antes no filme. E a cena final traz o que J.J. Abrams consegue fazer de melhor, une nostalgia com aquele momento de extrema emoção, com uma frase tão antológica quanto “Eu sou seu pai.”

Conclusão da saga

Enfim, Star Wars: A Ascenção Skywalker conclui a mais duradoura saga do cinema. De 1977 a 2019, dos sonhos de um jovem cineasta em início de carreira até chegar às mãos da gigantesca Walt Disney Studios. Na época do primeiro filme, acreditava-se que George Lucas tinha esboçado todas as três trilogias, mas isso não era verdade. Uma pena, porque aquela mente com alto potencial criativo nunca mais conseguiu elaborar uma estória tão forte quanto a da trilogia central. Por isso, ele próprio fracassou quando escreveu a trilogia inicial (entre 1999 e 2005). Em 2015, J.J. Abrams parecia ter resgatado aquilo que Lucas poderia ter criado, e deveria ter já pensado nas duas sequências derradeiras, mas também deixou escapar seu flow criativo.

Ao menos, Star Wars: A Ascenção Skywalker retoma a exposição de princípios universais que norteiam todas estórias mitológicas. A Força deve ser usada para o bem, a raiva deve ser combatida. Com união, os mais fracos podem derrotar os poderosos. Deve-se ter fé nas pessoas e em si mesmo, não desista nunca. E alguns detalhes reforçam valores e atitudes positivas, como igualdade de raça e gênero, e incentivo à adoção. E muito mais que você encontrará nesse e em outros filmes da saga, e tudo isso constrói o poder do mito que deu origem a Star Wars.

 

Star Wars: A Ascenção Skywalker
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