Poster de "Viagem Sombria"
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Viagem Sombria

Avaliação:
3/10

3/10

Crítica | Ficha técnica

O suspense Viagem Sombria (Mercy Falls, 2023) tem produção barata e resultados toscos. O problema não é necessariamente a falta de dinheiro, mas sim a ausência de talento dos envolvidos.

A trama parece uma variação de O Rio Selvagem (The River Wild, 1994), de Curtis Hanson, refilmada recentemente como River Wild (2023). Envolve um grupo de jovens que se aventura em uma trilha nas montanhas. Mas, aqui sem um dos elementos naturais cruciais daquele enredo, o rio cheio de correntezas, que servia de metáfora para a descida ao inferno das vítimas. Sem pensar em uma repercussão simbólica, os personagens de Viagem Sombria fazem uma trilha até o alto de uma montanha nas Highlands escocesas, ou seja, subindo e não descendo.

A trama

A protagonista é Rhona (Lauren Lyle), que reúne quatro amigos para procurarem a cabana nas montanhas onde ela morou com o pai na infância. Após anos sem contato com ela, ele morre e deixa essa casa como herança. Se fosse um roteiro bem escrito, a busca pelo local representaria a sua reconciliação com o passado. O filme traz um flashback dela de seu trauma por ver o pai sacrificar um cavalo moribundo, mas essa relação nunca é devidamente explorada.

Em meio a dispensáveis desentendimentos entre os casais da turma, surge o real perigo da aventura. Sem esconder muito, a estória entrega que a mulher que o grupo conhece num hotel e chamam para se juntarem ao passeio possui algo de sinistro. No final do primeiro dia, Carla (Nicolette McKeown) tenta esconder a capa de um jornal que entrega a sua verdadeira identidade. E logo surge um flashback de seu crime – que também poderia ser aproveitado como conexão com o trauma do cavalo de Rhona, mas isso passa batido. A revelação de quem é Carla replica o clichê do ex-militar que ficou louco. Por falar em clichês, que abundam por aqui, não poderia faltar o personagem vomitando de nervoso.

Realização pífia

Salvo uma ou outra exceção envolvendo uma aparição surpresa da serial killer da vez, Viagem Sombria nunca provoca emoções. Além do roteiro sem criatividade, as atuações de todo o elenco são sofríveis. Mas, a maior responsabilidade pelo fiasco é o diretor (e co-roteirista) Ryan Hendrick. Este seu terceiro longa evidencia sua falta de capricho, ou talento, em buscar a melhor forma de filmar as cenas, ignorando as regras básicas de raccord. Em várias cenas, vemos o personagem olhando para algo e o plano seguinte não se encaixa com o que ele vê. O problema maior aparece nas cenas de ação, quando a pouca coreografia e a montagem confusa desanimam o espectador.

Para finalizar, quando o filme é tão ruim, a atenção do público foge para elementos aleatórios. No caso, o charmoso carrinho vermelho de Rhona, cheio de adesivos hippies como flores e símbolos de paz e amor. Aliás, é outra oportunidade desperdiçada, pois o roteiro não incorpora essa característica à personagem. Além disso, chama a atenção a beleza da paisagem das locações, que é o que essa produção apresenta de melhor.

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Ficha técnica:

Viagem Sombria | Mercy Falls | 2023 | 103 min | Reino Unido | Direção: Ryan Hendrick | Roteiro: Meliá Grasska, Ryan Hendrick | Elenco: Lauren Lyle, Nicolette McKeown, Gilly Gilchrist, John Rhodes, Layla Kirk, Meliá Grasska, David Newman, Eoin Sweeney, Ryan Hendrick, James Watterson, Stephen Wright, .

Distribuição: A2 Filmes.

Trailer:

Onde assistir:
Duas mulheres aflitas na mata
Cena de "Viagem Sombria"
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