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Yojimbo (filme)
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Yojimbo – O Guarda-Costas

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Se existem o faroeste spaguetti e o faroeste caboclo, por quê não haveria o faroeste japonês? Pois “Yojimbo – O Guarda-Costas”, de Akira Kurosawa, é um deles. Prova disso é que seu enredo inspirou “Um Punhado de Dólares”(1964) de forma tão descarada que Sérgio Leone foi processado pelo diretor japonês pelos seus direitos autorais.

De fato, a relação com o gênero fica evidente no próprio filme. No seu início, vemos o herói caminhando solitário no deserto, paisagem registrada com uma panorâmica. Sem rumo, ele joga seu destino nas mãos da sorte ao se deparar com uma encruzilhada e arremessando um galho para indicar qual caminho seguir. Sem cavalo, a pé, chega a uma pequena cidade isolada. Ou seja, imagens e situações familiares ao faroeste, adaptadas ao ambiente local.

A violência simbolizada no cão

O protagonista que no tradicional gênero seria um pistoleiro de aluguel, em “Yojimbo – O Guarda-Costas” é um samurai desempregado que procura ganhar a vida fazendo bicos como guarda-costas. Nesta busca, entra nesta cidade ameaçada por duas gangues rivais que espalham violência, tirando todos das ruas. A imagem icônica que simboliza este perigoso estado perdura na história do cinema: um cão atravessa a rua levando na boca uma mão decepada.

No segundo terço do filme, Sanjuro negocia com as duas gangues seus serviços, sem decidir qual das duas defenderá. Difícil decisão, pois ele logo percebe que ambas são más. Em uma delas se encontra Unosuke, o falastrão pistoleiro, que se sente imbatível porque possui um revólver, arma rara naquela época. Nota-se aí um simbolismo entre o vaidoso povo norte-americano e o recatado japonês.

O herói, porém, não é todo poderoso. Afastado de sua espada, Sanjuro é capturado por uma das gangues e apanha quase até a morte. Seu retorno é avassalador, provocando uma matança digna de Quentin Tarantino. Assim como em “Psicose” (Psycho, 1960) a fotografia em preto e branco atenua as cenas violentas. Por fim, como é típico do faroeste, o herói solitário chega na cidade, cumpre sua missão de torna-la mais limpa, e parte sozinho para novos e desconhecidos destinos.

Enfim, quem gosta de filmes antigos, especialmente os fãs do gênero faroeste, apreciará “Yojimbo – O Guarda-Costas” como um clássico hollywoodiano. Afinal, apesar de algumas características próprias do cinema japonês, o longa de Akira Kurosawa é praticamente uma homenagem ao western.


Onde assistir:
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