O filme A Batalha das Correntes conta a disputa entre Thomas Edison e George Westinghouse. Os dois competiram pela supremacia no fornecimento da inovadora energia elétrica a partir de 1880.
Thomas Edison, interpretado por Benedict Cumberbatch, confiava que a eletricidade DC era mais segura e capaz de suprir a energia de uma cidade inteira. Mas, George Westinghouse (Michael Shannon) tenta provar que a tecnologia AC era a única capaz de fornecer eletricidade para lugares distantes.
AC X DC
Então, o ápice da corrida acontece em 1893, quando os dois entram na concorrência para iluminar a Feira Internacional de Chicago. Afinal, eles sabem que o vencedor da licitação se tornaria a escolha preferida para iluminar todos os estados dos EUA, e, depois, todo o mundo.
Essencialmente, A Batalha das Correntes possui as características do cinemão americano. Para começar, com exceção do prólogo, o filme segue uma ordem cronológica baseada nos acontecimentos históricos. Além disso, os cenários são grandiosos e completados com computação gráfica para compor a reconstituição da época em que acontecem os fatos. E, realmente, Chicago na época da feira internacional está deslumbrante! Adicionalmente, há muitos movimentos de câmera, travellings realizados em carrinhos ou gruas, ou artificialmente no computador.
No filme, compreendemos claramente as diferenças de personalidades de Edison e Westinghouse. Ou seja, este último representa o empresário sensato e racional. Enquanto isso, o primeiro beira o insano com sua obstinação em criar novos inventos. Portanto, para que Edison não perca sua humanidade e, consequentemente, a empatia do público, o vemos sofrendo a perda de uma pessoa amada.
Edison e o cinema
Além disso, A Batalha das Correntes aproveita a oportunidade da cinebiografia para louvar Edison em outra disputa para ser o pioneiro. Afinal, ele concorreu com os irmãos Lumière pela criação do cinema, mas o filme nem cita os franceses. E, alguns trechos rápidos mencionam rapidamente essa proeza de Edison. Nesse aspecto, até pela forma como construíram a reconstituição da época, o filme lembra A Invenção de Hugo Cabret (2011), dirigido por Martin Scorsese. Aliás, coincidência ou não, Scorsese é um dos produtores executivos desse filme.
Contudo, Scorsese não está na direção. Quem está nesse cargo é Alfonso Gomez-Rejon, cuja carreira foi construída em séries de TV, como American Horror Story e Glee. E, Scorsese faz falta em A Batalha das Correntes. Apesar da bela produção, o filme nunca empolga o espectador.
Por fim, talvez você estranhe o fato de A Batalha das Correntes , produzido em 2017, somente ter estreado nos cinemas dois anos depois. Na verdade, o que provocou o atraso foi a acusação de assédio sexual contra Harvey Weinstein, produtor do filme. De fato, o caso surgiu no momento da pós-produção. E isso deixou o filme na gaveta até ele ser vendido para outra companhia.
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Ficha técnica:
A Batalha das Correntes (The Current War, 2017) EUA. 102 min. Dir: Alfonso Gomez-Rejon. Rot: Michael Mitnick. Elenco: Tom Holland, Michael Shannon, Benedict Cumberbatch, Nicholas Hoult, Matthew Macfadyen, Tuppence Middleton, Katherine Waterston.
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