Pesquisar
Close this search box.
Poster do filme "A Cor Púrpura"
[seo_header]
[seo_footer]

A Cor Púrpura (2023)

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

O livro de Alice Walker já virou filme antes, o célebre A Cor Púrpura (1985), dirigido por Steven Spielberg. O mesmo romance se transformou em musical da Broadway em 2005, em adaptação de Marsha Norman. Agora, chega aos cinemas o longa baseado nessa peça, contando com duas atrizes repetindo seus papeis nos palcos: Fantasia Barrino e Danielle Brooks.

Desta vez, a escolha do diretor cumpre as regras da representatividade. Blitz Bazawule é ganês – fez antes Black Is King: Um Filme de Beyoncé (2020) e O Enterro de Kojo (2018). Embora os números musicais em A Cor Púrpura não sejam grandiosos (muitos deles contam com poucos cantores e dançarinos), Bazawule faz um bom trabalho com a montagem, empregando cortes que conectam transições inesperadas, sejam dentro do mesmo espaço ou remetendo a outros. Isso fica mais evidente na primeira parte do filme.

O elenco, da mesma forma, é praticamente todo formado por negros. As únicas exceções são brancos preconceituosos que abusam do poder, como a esposa do prefeito.

Hinos

As músicas em A Cor Púrpura não servem para expressar empolgação. Afinal, a história, que se inicia em 1909 na Georgia, é um melodrama trágico sobre o sofrimento da protagonista Celie (Fantasia Barrino). Filha de um pai violento, que some com seus dois bebês logo após nascerem, Celie ainda entra forçadamente num casamento com um marido abusivo (interpretado por Colman Domingo) que a usa como escrava.

Assim, as músicas aqui são como hinos de empoderamento. Shug Avery (Taraji P. Henson) e Sofia (Danielle Brooks) entram na vida de Celie e mostram que o fato de serem mulheres e negras não significa que devam ser submissas. Com o apoio delas, Celie abre sua mente (até mesmo sexualmente num relacionamento lésbico com Shug), conhece outras realidades e, por fim, ganha força para sair de sua situação degradante.

A virada na vida de Celie leva a um final feliz digno de contos de fadas. Tudo dá muito certo para ela, que descobre a verdade sobre sua origem (o que a liberta da ideia de nunca ter sido amada pelos pais), herda uma propriedade, e ainda reencontra pessoas queridas do seu passado. Um desfecho açucarado que até se aproxima de outros musicais clássicos hollywoodianos, o que ajuda a justificar essa adaptação nesse gênero.

A pompa dos musicais

Mas a justificativa maior é mesmo reforçar a luta contra o racismo e contra a opressão sofrida por mulheres. As intenções, enfim, são boas. Porém, é um musical sem muita pompa. Os cenários são vazios e a quantidade de integrantes dos números é pequena, impedindo coreografias mais elaboradas. Spielberg, um dos produtores do filme, fez um pouco antes a nova versão do musical Amor, Sublime Amor (West Side Story, 2021), que também falava sobre racismo em uma comunidade pobre. E isso não o impediu de realizar um musical grandioso e empolgante, muito além do que vemos aqui em A Cor Púrpura.

___________________________________________

Ficha técnica:

A Cor Púrpura | The Color Purple | 2023 | 141 min | EUA | Direção: Blitz Bazawule | Roteiro: Marcus Gardley | Elenco: Fantasia Barrino, Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo, Corey Hawkins, Phylicia Pearl Mpasi, Halle Bailey.

Distribuição: Warner.

Trailer:

Onde assistir:'
Uma mulher negra de vestido vermelho cantando à frente de outras dançarinas.
Cena de "A Cor Púrpura"
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo