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Relatos do Mundo (filme)
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Relatos do Mundo

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O roteiro de Relatos do Mundo retrata o conflito interno do protagonista e os desafios que ele enfrenta em uma viagem de 640 km no Texas, em 1870.

O diretor inglês Paul Greengrass coloca novamente a mesma patente em Tom Hanks, que viveu o protagonista de seu filme Capitão Phillips (2013). Agora, ele é o Capitão Kidd, um veterano da Guerra Civil. Cinco anos após o fim da guerra, ele vive dos trocados que recebe ao ler as notícias dos jornais nas pequenas cidades isoladas. Afinal, naquela época, as notícias circulavam à velocidade de um homem num cavalo.

Johanna

Então, a aventura começa quando ele encontra Johanna, uma menina de uns doze anos, perdida na estrada. Quando ela era pequena, os índios Kiowa mataram seus pais e a sequestraram. Depois de ser criada na tribo, agora os brancos é que assassinam seus pais adotivos. Apesar de não ser sua obrigação, o Capitão Kidd resolve levar a garota até os tios dela. Contudo, ela preferia voltar para os Kiowas, já que ela não se lembra da família original, e nem sequer fala a língua dos brancos.

Durante a jornada, essa dupla enfrenta diferentes tipos de bandidos, bem como o impiedoso deserto. Ao contrário dos faroestes tradicionais, o protagonista de Relatos do Mundo não possui nenhuma habilidade especial. Mas, como foi um capitão do exército, consegue se virar diante dos desafios que enfrenta. Por fim, o Capitão Kidd descobre que o que o impelia a seguir nessa aventura era a busca pela sua paz de espírito em relação a aceitar o destino de sua esposa.

Protagonista peculiar

Essa história intrigante se baseia no livro de Paulette Jiles, publicado em 2016. Aliás, o protagonista em si já estimula o espectador. Para começar, seu trabalho é bem peculiar, que responde a uma necessidade particular do período em que a trama se desenrola. Adicionalmente, provoca curiosidade um ex-capitão militar exercendo essa atividade, que remunera tão pouco e, aparentemente, não é valorizada. Com isso, fica evidente que ele é um homem em conflito consigo mesmo.

Por outro lado, o enredo reserva aventuras realistas. O herói do filme enfrenta três bandidos, um empresário rico e seus capangas e uma tempestade de areia. Ou seja, nada que demande habilidades de alguém que seja “o gatilho mais rápido do Velho Oeste”. Além disso, ele conta com a ajuda de outras pessoas para superar esses desafios.

Grande orçamento

Em relação à produção, tudo parece ter demandado um grande orçamento. Como na era do cinema clássico, as filmagens acontecem em cenários construídos exclusivamente para o filme. Além disso, os personagens se deslocam até os cenários naturais para captar a beleza da região. Porém, nesse ponto, há uma repetição exagerada do recurso dos planos gerais aéreos sobre o deserto.

Quanto às atuações, Tom Hanks não precisa se esforçar para interpretar o homem bom de Relatos do Mundo. Afinal, ele já interpretou vários personagens com essas características em sua carreira. Já a menina alemã Helena Zengel se encaixa perfeitamente no papel de Johanna, imprimindo uma característica agressiva que afasta a busca pela empatia automática do espectador. Qualidades, aliás, que ela já demonstrara em Transtorno Explosivo (Systemsprenger, 2019).

Enfim, Relatos do Mundo, apesar de ser visualmente bonito, não é um daqueles filmes com grandiosidade exacerbada. Na verdade, parece que a intenção era mesmo fazer um faroeste sem deslumbramentos. Por isso, as cenas de ação podem não ser tão empolgantes como no cinema clássico, mas também não possuem a crueza dos filmes de Sam Peckinpah. Em outras palavras, é um faroeste protagonizado por Tom Hanks.


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