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A Espiã (filme)
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A Espiã

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“Não se pode confiar cegamente em ninguém.”, diz o personagem Wim Smaal à protagonista Rachel Stein (Carice van Houten). Esse era o sentimento predominante na Holanda ocupada pelos nazistas em 1944, palco da trama de A Espiã (Zwartboek, 2006).

Nesse filme, o holandês Paul Verhoeven volta a dirigir em seu país natal. E retoma o tema da ocupação durante a Segunda Guerra Mundial que visitara antes em O Soldado de Laranja (Soldaat van Oranje, 1977). Além disso, reforça seu domínio do filme de ação, já comprovado em Robocop: O Soldado do Futuro (Robocop, 1987). E, também, do gênero suspense, como fizera em Instinto Selvagem (Basic Instinct, 1992). Tal qual neste último, Verhoeven nos faz lembrar aqui de Alfred Hitchcock, desta vez de seus filmes de espionagem. Em especial, Intriga Internacional (North by Northwest, 1959) e Cortina Rasgada (Torn Curtain, 1966), ainda que nenhum desses se passe durante a guerra.

A trilha sonora clássica, da compositora Anne Dudley, contribui nessa aproximação entre os dois diretores. Além disso, em certo ponto da trama, a protagonista cai numa cilada e é falsamente acusada de traidora. Ou seja, um tema hitchcockiano por essência.

Uma história com muitas reviravoltas

O roteiro traz muitas reviravoltas inesperadas que a protagonista enfrenta num curto período. Ela é Rachel Stein, uma judia que se junta à Resistência após testemunhar a morte de sua família pelos nazistas. Assim, assume a falsa identidade de Ellis de Vries, disposta a até transar com o inimigo para ajudar a causa. Consegue se infiltrar no alto escalão inimigo, mas seu maior obstáculo se encontra dentro da própria resistência, pois há traidores dentro do grupo.

Essencialmente, A Espiã emociona como um filme de guerra com muito drama, suspense e ação. Porém, além disso, Paul Verhoeven insere uma mensagem antibelicista. Em parte, faz isso sutilmente, através do bombardeio desmedido de um avião nazista que explode a casa da família que abrigava a protagonista Rachel. No mesmo sentido, no humor cínico com o qual Rachel e um sobrevivente desdenham a morte do traidor da resistência. Por outro lado, em crítica direta, coloca uma cena em que se condena o abuso na retaliação aos inimigos e colaboracionista após o fim da guerra. E, por fim, indica que o calvário de Rachel nunca termina, pois no kibutz no qual ela mora com o marido e o filho, em 1956, em Israel, os soldados iniciam uma operação, provavelmente um conflito com algum país vizinho.

Carice van Houten

No elenco, destaca-se a atriz Carice van Houten, no papel camaleônico de Rachel Stein e Ellis de Vries. Sua transformação convence tanto fisicamente, pintando seus cabelos, e até pelos pubianos, para disfarçar sua origem judia, como psicologicamente. Nesse sentido, ela inicia a história com uma alegria esfuziante, ainda inconsciente do real perigo que representa o nazismo para os judeus. Ao final da trama, dez anos depois, ela é uma pessoa totalmente diferente, pois já perdeu a confiança na humanidade, diante de tudo que passou na guerra. Posteriormente, Carice van Houten conseguiria papeis internacionais, entre eles, Melissandre de Game of Thrones.


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