A Felicidade das Pequenas Coisas (filme)
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A Felicidade das Pequenas Coisas

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Representante do Butão, A Felicidade das Pequenas Coisas (Lunana: A Yak in the Classroom) está na shortlist do Oscar de melhor filme internacional de 2022.  Um filme agradável, bem realizado, que entrega o que se espera dele. E isso, o título nacional deixa evidente. Afinal, o país é lembrado porque, em 2006, baseado em uma pesquisa global, a revista BusinessWeek avaliou o Butão o país mais feliz na Ásia e o oitavo país mais feliz do mundo. Então, basta dar uma olhada no seu enredo para se saber o que assistiremos na tela.

Ugyen é um jovem professor descontente com sua profissão. Ele aguarda a aprovação de seu visto para se mudar para a Austrália e tentar a vida como músico. Mas, para melhorar a sua atitude, os seus superiores do governo o transferem para a escola mais remota do país, no pequeno vilarejo de Lunana. Sua primeira provação é física, pois ele precisa caminhar durante oito dias até chegar ao destino. Um guia e um ajudante da vila o acompanham, mas ele prefere se isolar ouvindo música com seu fone de ouvidos. Com muito esforço, ele chega a Lunana. E, lá descobre condições muito precárias na escola e em suas acomodações. Resolve ir embora assim que os burros de carga descansarem. Nesse intervalo, as crianças ávidas por aprenderem e os moradores extremamente reverentes o convencem a ficar até o final da estação.

Descobrindo a felicidade

O título nacional, óbvio demais, entrega que Ugyen descobrirá “a felicidade das pequenas coisas”. Junto com o protagonista, nos encantamos com o sorriso (e o choro) espontâneo das crianças, em especial da capitã da turma, Pem Zam. A energia elétrica oscilante logo o faz esquecer do seu celular, e ele se deixa absorver pelas tradições locais, que ele rejeitara no trajeto até a vila. Aprende, também, a música própria de Lunana, e a lidar com a falta de recursos.

Apesar de previsível, o filme de estreia do diretor e roteirista Pawo Choyning Dorji sempre soa verdadeiro. Acreditamos na reverência dos moradores de Lunana, pois todo professor possui status de mestre na cultura oriental. Pode ser que isso tenha se perdido nas grandes cidades, mas nesse remoto vilarejo é compreensível que essa reverência se mantenha. Só não compreendemos qual futuro esse professor pode trazer aos moradores, como eles mesmo dizem. Afinal, será que essas crianças deixarão para trás a felicidade que possuem no vilarejo? Segundo o desfecho de A Felicidade das Pequenas Coisas, se o fizerem, sentirão a mesma falta que sente Ugyen ao se apresentar em um bar na Austrália, após a experiência em Lunana.

O Yak do título original se refere à espécie de vaca da região. O líder da aldeia compara Ugyen a um Yak, pois ele é indispensável para os moradores. E, realmente, um Yak passa a receber abrigo na sala de aula, um lugar nobre onde ele não sentirá o frio do campo aberto. Gestos como esse transformam o jovem professor, que vê na prática o significado da propaganda governamental sobre o índice de Felicidade Interna Bruta estampada na camiseta que vestia na primeira cena do filme. A Felicidade das Pequenas Coisas é fiel a essa política e deixa um sorriso nos seus espectadores.

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Ficha técnica:

A Felicidade das Pequenas Coisas | Lunana: A Yak in the Classroom | 2019 | Butão, China | 110 min | Direção e roteiro: Pawo Choyning Dorji | Elenco: Sherab Dorji, Ugyen Norbu Lhendup, Kelden Lhamo Gurung, Pem Zam, Sangay Lham, Chimi Dem.

Distribuição: Pandora.

Onde assistir:
A Felicidade das Pequenas Coisas (filme)
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