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A Filha do Rei do Pântano (filme)
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A Filha do Rei do Pântano

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

O diretor Neil Burger, às vezes, consegue surpreender. Fez dois filmes muito bons: O Ilusionista (The Illusionist, 2006) e Sem Limites (Limitless, 2011). E repete a dose agora com A Filha do Rei do Pântano (The Marsh King’s Daughter), adaptação do livro de Karen Dionne.

O filme aproveita eficientemente as inesperadas viradas do enredo. Começa mostrando a bela relação entre um pai (Ben Mendelsohn) e sua filha Helena (Brooklynn Prince). Eles vivem numa cabana na floresta, afastados da civilização, junto com a mãe (Caren Pistorius). Como um mentor, o pai ensina os truques para sobreviver na natureza selvagem. Entre as lições, a caçar para se alimentar e a matar predadores para proteger sua família. A brutalidade do pai, inclusive quanto a rigidez com a filha, chama a atenção, mas está contextualizada nesse ambiente rústico e perigoso.

Mas a aparente normalidade desse quadro se rompe na primeira grande virada da trama. Sem entregar muito, nos restringimos a dizer que o pai acaba na prisão e o filme corta para Helena já adulta. Agora interpretada por Daisy Ridley, ela está casada com Stephen (Garrett Hedlund) e os dois têm uma filha, Marigold (Joey Carson), de uns 6 anos. A nova vida de Helena está razoavelmente tranquila até o pai conseguir fugir da cadeia. Numa cena muito bem filmada, a van policial que o transporta bate em outro carro numa rodovia. A câmera, ao invés de parar no momento do choque, continua a se movimentar lateralmente, como fazia antes acompanhando a van. Dessa forma, o choque do acidente parece ainda mais forte. Bola dentro do diretor Neil Burger.

Direção, elenco e enredo valem o ingresso

Embora a narrativa não peça malabarismos como Burger usou em Sem Limites, ele mostra que sabe onde colocar e como movimentar a câmera, e como editar as cenas. Por isso, é capaz de transmitir a sensação aterrorizante da paranoia de Helena. Ela teme que seu pai retorne e coloque em perigo a sua família. Surgem alguns eficientes sustos, mas é o suspense que gera os melhores momentos de A Filha do Rei do Pântano. O filme aproveita o fato de nem a protagonista nem o espectador saberem se o medo é real ou só imaginação.

Por fim, a conclusão leva ao clímax do confronto entre Helena e seu opositor. Desta vez, a heroína soa adequadamente preparada, pois a preparação do pai na infância a tornou dura na queda. Pelo menos, o suficiente para o que ela necessita enfrentar. Ou seja, uma construção muito mais consistente do que o chavão dos personagens exageradamente preparados por serem ex-fuzileiros navais. Por outro lado, há o alívio por vermos uma personagem inteligente, que toma as melhores decisões nos momentos de perigo.

Para concluir, vale exaltar a atuação de Daisy Ridley, que precisa representar tanto a angústia por conta de seu passado tumultuado quanto a bravura para enfrentar, física e mentalmente, o que a atormenta há décadas. Por fim, curiosamente, o filme começa e termina com a atriz dentro da água, repetindo a abertura e o fechamento de Ofélia (Ophelia, 2018).

Mas o elenco todo de A Filha do Rei do Pântano está eficiente. Juntando a direção acertada de Neil Burger, e o instigante desenvolvimento do enredo, o resultado é um filme que merece chegar às telas de cinema. A estreia está prevista para 28 de setembro de 2023.

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Ficha técnica:

A Filha do Rei do Pântano | The Marsh King’s Daughter | 2022 | 108 min | EUA | Direção: Neil Burger | Roteiro: Elle Smith, Mark L. Smith | Elenco: Daisy Ridley, Ben Mendelsohn, Garrett Hedlund, Gil Birmingham, Brooklynn Prince, Caren Pistorius, Joey Carson, Yanna McIntosh.

Distribuição: Diamond Films.

Trailer aqui.

Onde assistir:
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