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A Mula (filme)
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A Mula

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Em A Mula, Clint Eastwood mantém sua predileção por filmar histórias baseadas em eventos e pessoas reais. Desta vez, ele mesmo interpreta Earl Stone, um homem de 90 anos que transportou grandes quantidades de drogas para traficantes.

Contrariando as ideias pré-concebidas, Earl sempre age com plena consciência. Na primeira sequência do filme, em 2005, ele é um celebrado cultivador de flores. Passou sua vida dedicando-se a essa atividade, apreciando as viagens para congressos de plantadores em diferentes estados americanos.

Porém, em contrapartida, negligenciou sua família. E esse segmento inicial mostra que Earl, deliberadamente, escolhe não ir ao casamento da filha. Ele está em um evento e vê um casamento acontecendo no salão do hotel. Então, através do olhar em seu rosto, fica evidente que ele não se esqueceu que sua filha estava se casando naquele dia. Como sua ex-esposa Mary (Dianne Wiest) afirmará no fim do filme, Earl ofereceu sua faceta charmosa e sociável para todos, exceto para sua família.

O enredo

A trama se inicia propriamente em 2017, quando o comércio eletrônico leva o negócio de Earl à falência. Seu relacionamento com a ex-esposa e com a filha já está deteriorado, e somente a sua neta Ginny (Taissa Farmiga) ainda o tem em consideração. Então, quando um conhecido dela oferece a Earl um trabalho para ganhar dinheiro dirigindo pela estrada, ele aceita, mesmo sem saber o que transportaria. Mas, logo na primeira viagem, diante dos traficantes fortemente armados, ele logo percebe do que se trata. E, como o pagamento é generoso, ele segue em frente. Assim, vai transportando cargas cada vez maiores, e até conhece pessoalmente o chefão do tráfico.

Porém, quando um novo chefe, mais violento e rigoroso, assume o comando da quadrilha, Earl perde a liberdade que ele tanto prezava nesse trabalho. Então, quando surge uma última oportunidade de se redimir com sua família, ele, pela primeira vez na vida, prioriza a esposa. Earl reconhecia que esse era um trabalho ilegal, mas, além de render muito dinheiro, ele reencontrava a autonomia que tinha antes com a criação e venda de flores. Por isso, se divertia e aproveitava tudo o que esses trabalhos ofereciam. Mulheres e bebidas, inclusive.

Uma vez reconciliado com a família, Earl se resigna a pagar pelo seu crime. Por sorte, talvez em liberdade poética para o filme, ele reencontra atrás das grades sua antiga ocupação.

Além disso, em paralelo a essa jornada movimentada que transforma o protagonista, o filme acompanha as investigações do agente policial Colin Bates (Bradley Cooper). Assim, além se plantar uma segunda linha narrativa, cria-se um suspense sobre a identificação e captura da mula que está transportando quantidades tão grandes de drogas.

O ator e diretor Clint Eastwood

Como ator, Eastwood está particularmente impressionante num papel bem diferente dos seus personagens clássicos. Ao contrário de Dirty Harry e de outros “homens sem nome”, Earl encara a vida com leveza, característica estampada nas cenas em que ele dirige pelas estradas ouvindo e cantando divertidas canções antigas. Além disso, com exceção da sua família que representa para ele perda de liberdade, ele se socializa facilmente com todos, até mesmo com os traficantes.

Por fim, na direção, Clint Eastwood escolhe sempre os melhores enquadramentos e posicionamentos da câmera, esteja ela fixa ou em movimento. Com isso, a trama adquire uma agradável fluidez. Aliás, fluidez em consonância com o sentimento do protagonista Earl ao dirigir pelas estradas, mesmo transportando cargas milionárias e ilegais.


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