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Poster de "Meu Nome Era Eileen"
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Meu Nome Era Eileen

Avaliação:
6,5/10

6,5/10

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Crítica | Ficha técnica

Meu Nome Era Eileen entra no grupo de filmes que mudam de tom radicalmente. Começa introduzindo a peculiar protagonista Eileen (a ótima Thomasin McKenzie), uma jovem de 24 anos que mora com o pai alcoólatra (Shea Whigam), em uma pequena cidade em Massachusetts na década de 1960. A mãe de Eileen morreu e a irmã mais velha se casou e vive em outro lugar. O pai é um ex-policial, e Eileen trabalha num centro de detenção para jovens.

Como o pai lhe diz, Eileen é daquelas pessoas que só existem, não fazem nada acontecer. O filme confirma essa constatação, pois ela só é radical em seus pensamentos. Imagina-se fazendo sexo com um colega, se matando ou dando um tiro no pai. Porém, na prática, não faz nada para mudar sua situação, além de estar sempre com a cara fechada. Apesar do ambiente dramático, a trilha sonora repleta de canções pop animadas estabelecem um tom divertido para o filme.

A entrada de uma nova personagem na história parece ser a chave para a transformação da protagonista. O velho psicólogo da prisão se aposenta e é substituído por Rebecca (Anne Hathaway), formada em Harvard e repleta de ideias progressistas. Eileen encontra nela um modelo a ser seguido, e sente que a nova amiga é o que precisa para se libertar de sua concha, principalmente quando saem juntas para beber e dançar, terminando a noite com um selinho, sequência que aproveita a força das atrizes em cena. Diante disso, o espectador acredita que o filme tomará esse rumo.

Virada de mesa

Contudo, é aí que Meu Nome Era Eileen tenta surpreender com uma virada radical na trama. A vida da protagonista, de fato, mudará, porém, não através da influência de Rebecca durante uma convivência próxima. O evento transformador é violento, e leva o filme para dentro do gênero policial, inesperadamente. O problema é que soa esquisito demais. Vem do nada, e cabia uma preparação de terreno, ainda que dissimulada, para acreditarmos na opção de Rebecca que leva ao crime no final. A reação de Eileen, da mesma forma, carece de coesão com o que o enredo apresentou dela até então. Talvez mais cenas delas com o rapaz que matou o pai construísse essa base.

William Oldroyd dirige aqui seu segundo longa-metragem. Antes, fizera Lady Macbeth (2016), com Florence Pugh. Meu Nome Era Eileen conta com uma bela fotografia (majoritariamente em ambientes internos) e reconstituição de época, elemento essencial para entendermos por que as duas personagens principais são malvistas pela sociedade conservadora daqueles tempos. Mas Oldroyd focou tanto no objetivo de surpreender com a virada da trama que não se preocupou em inserir cenas que pudessem justificar as atitudes que acarretaram a situação de risco. E, sem isso, o filme ficou oco.

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Ficha técnica:

Meu Nome Era Eileen | Eileen | 2023 | 97 min | EUA, Reino Unido, Coreia do Sul | Direção: William Oldroyd | Roteiro: Luke Goebel, Ottessa Moshfegh | Elenco: Thomasin McKenzie, Anne Hathaway, Shea Whigham, Sam Nivola, Siobhan Fallon Hogan, Tonye Patano, William Hill, Owen Teague.

Assista ao trailer aqui.

Onde assistir:
Anne Hathaway e Thomasin McKenzie dançam em cena de "Meu Nome Era Eileen"
Cena de "Meu Nome Era Eileen"
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