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A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Sabendo que A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo foi lançado em 1932, provavelmente você se surpreenderá com sua estória ousada para os padrões conservadores da época.

A atriz Jean Harlow vive Lilian, a mulher do título, que despudoradamente usa seus atrativos sexuais para seduzir homens ricos e subir socialmente. A sequência inicial já a apresenta dessa forma, numa montagem em que ela aparece em várias cenas se preparando para seduzir seu patrão Bill Legendre Jr. Para ela, não importa que ele é casado. Em pouco tempo, ela consegue que ele se divorcie e se case com ela.

Isso já seria suficiente para arrepiar os moralistas da época, mas a estória não para aí. Mesmo casada com o chefe, ela vai atrás de um homem ainda mais rico, magnata do minério de carvão. E, além disso, é amante do motorista deste. Talvez você pense que essa situação será contraposta com um final moralizante, mas isso não acontece. Na conclusão, veremos Lilian em Paris, em um jóquei, com posição de destaque e com um novo homem socialmente influente.

Escapando do Código Hays

A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo estreou quando o Código Hays estava em seus primeiros anos. Essas normas que os grandes estúdios elaboraram para preservar a moralidade da sociedade americana nos filmes duraram entre 1930 e 1968. O presidente da Associação de Produtores e Distribuidores de Filmes da América, Will H. Hays, pretendia coibir temas como o desse filme com Jean Harlow. Esse filme só não caiu nas malhas desse Código porque ele ainda estava em começo de implantação.

Nos anos seguintes, não veríamos mais diálogos diretos como o seguinte: “Você o conquistou pelo sexo, mas quando ele acabar, você não terá nada, pois não sabe o que é o amor!”, dito pela ex-mulher de Bill Legendre Jr. para Lilian.

Apesar do forte retrato social, o filme mantém alguns momentos cômicos. Por exemplo, quando vemos a Sra. Legendre deitada em um dos lados da cama de casal, e ouvimos um ronco ao seu lado. Quando a câmera se dirige em direção a esse som, descobrimos que seu marido foi substituído por um cachorro!

A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo, por isso, não envelheceu. E prova que a produção hollywoodiana dos anos seguintes poderia ter sido muito mais interessante sem o moralismo do Código Hays. Que, aliás, era muito hipócrita, pois os chefões dos estúdios eram os principais praticantes de atos que eles taxavam como imorais.


A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo
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