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Poster de "A Sala dos Professores"
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A Sala dos Professores

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A Sala dos Professores lida com o maior pesadelo dos professores: perder o controle de sua turma de alunos. O seu roteiro tem muitos problemas, mas ainda assim o filme é tenso.  

Carla Nowak (Leonie Benesch) está há seis meses numa escola onde dá aulas para a 7ª série. O filme devia começar na cena em que ela bate as palmas e seus alunos respondem animados completando a batida. Tudo em perfeita sincronia para mostrar que ela tem a turma em suas mãos. Assim, já estabeleceria a situação inicial da estória. Depois dessa apresentação é que se encaixaria melhor o prólogo com ela se sentindo desconfortável com a forma com a qual outros professores tentam descobrir de dois alunos quais colegas eles suspeitam de serem responsáveis pelos furtos que acontecem na escola. Essa sequência parece até desnecessária, pois logo em seguida essa questão do despreparo na abordagem desse assunto fica evidente quando supervisores da escola interrompem a aula de Carla e fazem uma vasculha nas carteiras dos estudantes.

Apesar desse início trôpego, logo A Sala dos Professores consegue entrar nos eixos e adquire um ritmo frenético. E acelera no mergulho nos erros de Carla diante dessa questão dos furtos. Insegura, ainda se adaptando ao ambiente dessa nova escola, ela toma atitudes precipitadas. Consegue descobrir quem é o culpado, mas nem ela nem a escola sabem como trabalhar essa informação.

O roteiro destrói o fime

Contudo, o roteiro tem muitas falhas. Por exemplo, se outros professores foram furtados, não faz sentido desconfiar dos alunos. Afinal, os professores não deixam seus pertences na sala de aula e os alunos não têm acesso à sala dos professores. Pelo menos, o filme, apesar do roteiro, consegue fazer o público torcer pela protagonista. Embora cometa erros, Carla tem boas intenções e não entra na caça às bruxas iniciada pelos seus colegas (com a bênção da escola que prega tolerância zero ao mau comportamento).

O processo punitivo iniciado após o flagrante de Carla acaba afetando o melhor aluno da sala dela, a quem ela quer proteger, mas não sabe como. E a coisa fica ainda mais complicada porque o menino se torna seu oponente. Então, sob influência dele, vários outros alunos se viram contra Carla. Até os pais das crianças e outros professores embarcam nesse cancelamento geral da professora, vítima de sua falta de pulso firme. O buraco de sua ruína parece não ter fundo.

Essa tensão crescente que vive essa personagem fundamentalmente empática sustenta o filme. O público se angustia por Clara enquanto ela mergulha em sua catástrofe pessoal. Apesar dos equívocos do roteiro, a dramaturgia resiste. A atuação de Leonie Benesch, nesse sentido, é em grande parte a responsável por essa identificação do público com a personagem, sem a qual esse filme não funcionaria.

Mas, A Sala dos Professores pede uma conclusão definitiva, diferente do seu final enigmático que não resolve nada. O aluno é retirado da escola pela polícia, porém, o que acontece com Carla? Essa ausência de fechamento enfraquece esse filme, que tem sua força na tensão que consegue construir, mas que desaba com um enredo inconsistente, sem saber como apresentar um desfecho apropriado. Podia ser bem melhor.

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Ficha técnica:

A Sala dos Professores | Das Lehrerzimmer | 2023 | 98 min | Alemanha | Direção: Ilker Çatak | Roteiro: Ilker Çatak, Johannes Duncker | Elenco: Leonie Benesch, Anne-Kathrin Gummich, Rafael Stachowiak, Michael Klammer, Eva Löbau, Leonard Stettnisch, Oskar Zickur.

Distribuição: Sony Pictures.

Assista ao trailer aqui.

Onde assistir:
Professora gritando em sala de aula.
Cena de "A Sala dos Professores"
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