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Acossado (filme)
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Acossado

Avaliação:
10/10

10/10

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Crítica | Ficha técnica

Acossado é o filme de estreia do hoje celebrado diretor francês Jean-Luc Godard. O crítico da Cahiers du Cinema inaugurava a Nouvelle Vague, ao lado de seu companheiro da revista, François Truffaut, que já havia estreado sua carreira um ano antes, com Os Incompreendidos. Esse novo estilo de filmar aclamava o cinema de autor, em contraposição aos filmes das produtoras, que seguiam fórmulas predefinidas para atingir o sucesso comercial.

A Nouvelle Vague revolucionou o cinema, dando frutos nos filmes norte-americanos do final dos anos 60 e início dos 70. Até no Brasil suas influências chegaram – o Cinema Novo bebeu muito de sua fonte. Assista, por exemplo, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, lançado quatro anos após Acossado, e note algumas semelhanças.

Godard virou sinônimo de cinema cabeça e naquela época citar seu nome nas rodinhas intelectuais mostrava que você estava antenado. E, seu início foi radical. O modo de filmar não convencional foi elevado à máxima potência neste seu primeiro longa metragem.

Ofegante e/ou perseguido

O título original, “À Bout de Souffle” (ofegante), focaliza o formato anárquico do filme. Enquanto isso, o título brasileiro, Acossado (perseguido), se concentra na trama. Na verdade, o mais relevante para Godard e a Nouvelle Vague não era o conteúdo de seu enredo. De imediato, a edição frenética surpreende. Por isso, os cortes abruptos e inesperados são abundantes no filme. Com isso, não há descanso para o espectador. A estranheza incomoda, pois paira a impressão que as coisas estão fora do lugar. Por isso, para o público acostumado com as produções comerciais onde tudo é certinho e previsível, é como se algo estivesse errado.

De fato, o diretor quebra regras de continuidade, de duração de sequências e todas as outras possíveis. Nesse sentido, os cortes rápidos ignoram se a cena chegou ao seu final, se o diálogo foi concluído, se o enquadramento ou se os arredores são mantidos. As locações são as ruas reais de Paris, e não de estúdio. Então, as pessoas que transitam pelas ruas se tornam figurantes do filme, inadvertidamente, e olham curiosos para a cena sendo filmada e para a câmera.

Anos depois, diretores como Sam Peckinpah e Brian de Palma empregariam esse recurso de edição movimentada em seus filmes. Nos videoclipes musicais, também, seria muito utilizado.

Elenco

Este já era o décimo filme de Jean-Paul Belmondo, mas sua interpretação livre e exagerada parece a de um estreante. Aliás, a cena final, quando está à beira da morte, chega a ser hilária.

Já Jean Seberg estreara três anos antes, no papel que marcou sua carreira: o de Joana D’Arc em Santa Joana de Otto Preminger. Contudo, foi com Acossado, portando cabelos curtíssimos, que virou ícone do ativismo social, até mesmo na vida real.


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