O Steven Soderbergh que dirigiu Sexo, Mentiras e Videotape em 1989 está tão longe no tempo quanto no estilo deste que é o diretor de A Toda Prova. Após a trilogia Onze Homens e Um Segredo, filmada em 2001, 2004 e 2007, o cineasta se tornou prolífico (sete filmes entre 2008 e 2011) e alternou mainstream e filmes independentes.
Passaram pelas suas lentes estrelas como Benicio Del Toro, Matt Damon, Cate Blanchett, Kate Winslet, Jude Law, sem contar toda a constelação da citada trilogia. Mas fez também Confissões de uma Garota de Programa com a atriz pornô Sasha Grey. Nessas alternâncias, A Toda Prova está no lado grande produção, com orçamento de estimados 23 milhões de dólares e nomes conhecidos no elenco.
Início sonolento
A Toda Prova apresenta um difícil desafio para os espectadores: ultrapassar seus trinta minutos iniciais sem cair no sono. Mesclando cenas de flashback, o filme demora a deslanchar, enquanto desenrola (ou enrola) a trama da personagem principal, Mallory Kane (Gina Carano), agente que foi enganada na última missão e que agora é alvo de extermínio. Felizmente, na última hora final o thriller deslancha sobre rápidas cenas de ação, com edição ágil e moderna, e chega ao final spoiler.
Michael Douglas sempre convence no papel de chefão poderoso. Foi assim em Wall Street: Poder e Cobiça, e em sua continuação, e é assim aqui. Já Ewan McGregor como vilão está apático e não consegue fazer os espectadores sentirem raiva dele, como era de se esperar. Quem dá o toque de humor no filme é Antonio Banderas, em atuação quase caricata.
Gina Carano em ação
O que há de melhor no filme são as cenas de luta envolvendo Gina Carano. Ex-lutadora e campeã de MMA, especialista em muay thai, a atriz faz aqui seu segundo papel num longa metragem. Extremamente rápida e com movimentos definidos, e exatamente por ser uma lutadora dando uma de atriz e não o inverso, Gina convence e salva A Toda Prova.
